(Madoloni, Província de Nápoles, Itália, 1862 +São Paulo, 1933) – Músico e maestro. Revelando, já na infância, o seu pendor para a música, Francisco Farina fez todos os estudos dessa arte em sua própria terra natal, onde o seu talento começou a ser reconhecido tão logo se tornou integrante da banda de música da Cavalaria Monferrato, do Real Exército Italiano. Chegando a regente dessa banda, com menos de 30 anos, se consagrou como compositor, ao dedicar ao Rei Umberto I a sinfonia intitulada Savoia. Em gratidão ao seu gesto e em reconhecimento à preciosidade de tal composição, foi-lhe conferida, pelo monarca, honrosa condecoração, além de um rico alfinete de gravata com as armas da Casa de Savóia engastadas de brilhantes. Recebeu, também, nada menos que três cruzes de ouro, duas de prata e duas de bronze, além de 35 diplomas honoríficos, por seu destaque como músico, regente e compositor, em certames realizados em Roma, Gênova, Palermo, Florença, Stradella, Carloforte, Turim, Pietra Del Giorgio, Peruglia e San Giovanni Rotondo, na Itália, e em Bruxelas, na Bélgica. Dentre as 50 peças que foram apresentadas no certame internacional de Bruxelas, sua rapsódia Exposição Musical foi escolhida para receber o segundo prêmio, não tendo nenhuma das outras concorrentes obtido o primeiro lugar. Ainda na Itália, Farina regeu a afamada Banda Municipal de Augusta e foi sócio honorário do Circolo Filarmônico Internazionale, de Roma; da Sociedade Artístico-Musical “Distrito e Giustizia”, de Palermo, e do Régio Circolo Bellini, de Catânia. Deixando a Itália, em 1898, o maestro Francisco Farina veio radicar-se em São Paulo, onde se dedicou tanto à música como ao jornalismo e à poesia, colaborando em várias publicações. Em 1912, transferiu-se para Jundiaí, onde regeu a Banda Paulista e lecionou harmonia e contraponto, contribuindo para formar a geração de músicos da qual fizeram parte, entre outros: Frederico Nano, João Varanda, João da Silva Oliveira, Francisco Ribeiro e Deolinda Copelli. Em 1920, Farina partiu para Jaboticabal, a fim de reger a Banda Pietro Mascagni, e de lá foi dar sequência à sua carreira na cidade de Araraquara, como organizador e regente da Banda Municipal. Encerrado o seu trabalho em Araraquara, retornou a São Paulo, onde faleceu. Afora as peças Savoia e Exposição Musical, que compôs na Europa, o maestro deixou dezenas de outras composições, entre as quais, as seguintes, feitas para a Banda Paulista, de Jundiaí: Solidão (passo doppio), Polytheama (grande marcha); Nosso Diretor (grande marcha); Cinema Rink (marcha); Heróis (grande marcha com fanfarra); Os Mártires da Grande Guerra (marcha fúnebre); Santa Páscoa (marcha religiosa); Visões (grande valsa); Violetas Campineiras (valsa); Congresso dos Pássaros (mazurca característica).