(Jundiaí, 28/4/1931 +26/11/1986) – Violonista autodidata. Nome artístico: Alvarito. Filho de Luiz Vanzan e Adele Tracci. Álvaro aprendeu música com um violão de seis cordas, tocando por percepção desde os oito anos de idade. Aos 18 anos, foi a São Paulo para conhecer o violão de sete cordas, que era tocado por Orondino Silva no famoso Regional do Canhoto, e daí transformou o seu, também, para sete cordas e fez desse instrumento um companheiro inseparável. Durante muitos anos, integrou o Regional E-6, que acompanhava os cantores da Rádio Difusora nos programas de auditório realizados na própria rádio e nos cines Ideal, República e Polytheama. Nessa época, também fez parte do conjunto Jesus e Seu Regional, animando programas como o Ronda dos Bairros, comandado, na época, por Daniel Paulo Nasser. Em 1956, apresentou-se na antiga TV Tupi, no programa Boate Azul, integrando um grupo de que também tomavam parte Rolando Hedlund, Sebastião Chignolli e Irineu Chiessi. Foi, também, integrante da Orquestra Universal (desde os 18 anos até a extinção do grupo) e teve oportunidade de acompanhar muitos cantores famosos, como Jair Rodrigues, Altemar Dutra, Sílvio Caldas, Sérgio Reis, Ângela Maria e Elizete Cardoso. Fez parte, ainda, dos Chorões do Japy e da antiga Orquestra Real, e também integrou o regional Zona Norte da Cidade – conjunto formado em 1953, tendo como componentes a cantora Isabel Bigas (com a qual se casou) e os músicos Diogo, Fernando e Nelson Lucena, Nivaldo Vittori, Mário Mazzola e Eraldo Pinheiro. Álvaro deixou dezenas de composições, entre sambas, boleros, baiões, swings, choros e marchas-rancho, algumas feitas em parceria com Sebastião Chignolli e João Bueno e outras com letras de Rubens Décio Eichemberger.
VIOLÕES EM SERENATA
(Marcha-rancho – Letra e música de Álvaro Vanzan
Só violões em serenata
Tocavam para ela,
Nem a Lua prateada
Brilhou na janela
Quinta-feira: noite sem estrelas,
Tão escura, tão sombria…
O destino desfolhava
Maria da Penha, a flor Maria!
Os Chorões da Madrugada
Cantavam tristonhos,
Relembrando com saudade
A fada dos sonhos
O seu porte de mulher bonita,
Tinha encanto e poesia;
Era o amor em cor morena
Maria da Penha, amor Maria!
Sempre que o bloco cantava
Nas praças da capital,
Sambas, ranchos e marchas,
Parecia um festival.
Quando o bloco à rua saía, Nas noites de carnaval,
O povo saudava
A linda Maria
Cantando e sambando
Com o seu pessoal,
Maria vibrava
De ver tanta gente
Aplaudindo contente
Aquele seu madrigal.
MOISÉS
(Samba – Letra e música: Álvaro Vanzan)
Ó Moisés, ó Moisés
Peço a tua ajuda
Pois estou liso da cabeça aos pés…
Tu salvaste tanta gente
Prometendo nova vida
Trocando a escravidão
Pela Terra Prometida
Ó Moisés, ó Moisés
Peço a tua ajuda
Pois estou liso da cabeça aos pés…
Jeová está ajudando
Cidadão da televisão
Jesus Cristo abençoando
O povo desta Nação
Ó Moisés, ó Moisés
Peço a tua ajuda
Pois estou liso da cabeça aos pés…
Sou do signo de touro
Meu horóscopo é uma beleza
Mas os dias vão passando
Continuo na pobreza
Ó Moisés, ó Moisés
Peço a tua ajuda
Pois estou liso da cabeça aos pés…
Desejando melhorar
A difícil situação
É que venho te implorar
Com fé e devoção
Ó Moisés, ó Moisés
Peço a tua ajuda
Pois estou liso da cabeça aos pés…
Espero que não esqueças
A súplica deste irmão
Aguardo com esperança
O milagre da redenção
Ó Moisés…
LEMBRANÇA
(Samba-canção – Letra: Álvaro Vanzan; Música: Rubens Décio Eichemberger)
Eu chorei
no lembrar que o amor se desfez…
Eu senti
a saudade abraçar-me esta vez
Dominei
tantas vezes a própria razão,
mas perdi
a batalha do meu coração!
A sorrir,
procurei esquecer tudo enfim
e aprendi
que a lembrança não larga de mim
(BIS)
Obedeci ao murmúrio que tanto me diz:
Vá reparar o engano se quer ser feliz!
Humildemente eu voltei, meu amor,
e com você eu irei aonde for!
Só lembrança!
HOMENAGEM
(Choro batucada – Letra e música: Álvaro Vanzan)
É em Fá Maior que começa
Este tão gostoso chorinho
Prestem atenção meus amigos
Se ele é ou não gostosinho
(BIS) Foi o meu amor quem compôs
Este choro brasileirinho
É uma homenagem sincera
Para o meu benzinho
A segunda parte do choro
É em Si Bemol Maior
Notem a dissonância do tom
Vejam como fica tão bom
De tão cadenciado que é
Faz até coceira no pé
(BIS)
Agradeço de coração
A composição.
PARABÉNS JUNDIAÍ
Baião feito para o 3º Centenário de Jundiaí
Letra e música: Álvaro Vanzan)
Ó Jundiaí, meu trezentão
Está jubilosa
Com tantas indústrias
Na palma da mão
Tem o direito
De se orgulhar
Desse seu nome sagrado
Que vamos saudar
Ó Jundiaí, meus parabéns
Entre as maiores
És classificada e lembrada também
Tem o direito de se orgulhar
Desse seu tricentenário
Que vamos brindar
Deus a abençoe
Ó, querida Jundiaí
Seu panorama
Tão deslumbrante
Que extasia o viajante
Viva Jundiaí! Salve Jundiaí
(BIS)
Terra de gente bondosa
E tão carinhosa