(Rio das Pedras-SP, 27/6/1916 +Jundiaí, 28/1/2019) –– Filho de Adolfo Torricelli e Augusta Joana Feriotti Torricelli – Contador, político e escritor. Virgílio Torricelli tinha cinco anos de idade quando veio com a família para Jundiaí e começou a ajudar seu pai em serviços de jardinagem e formação de chácaras. Mais tarde (1928/29), também o ajudou na manutenção do gramado do campo do Paulista F.C., onde cumulou as funções de roupeiro, cuidando das chuteiras e bolas do time. De 1929 a 1936, trabalhou com o pai na antiga Chácara Ema (hoje Jardim Brasil), executando serviços braçais e tratando o vinhedo. Com essa atividade, Virgílio sustentou o seu curso de Perito Contador, realizado, à noite, na Escola Técnica de Comércio Prof. Luiz Rosa. Depois de formado, ingressou no serviço público municipal, onde fez carreira, e, paralelamente, exerceu o magistério como primeiro professor contratado pelas Escolas Padre Anchieta. Atuou, ainda, como contador autônomo, perito contábil junto ao Fórum e foi diretor financeiro da empresa Credi-Rei S/A. Foram-lhe concedidos, nesse período, os títulos de habilitação profissional como Economista e Técnico em Administração, pelos respectivos Conselhos Federais. Virgílio Torricelli teve, também, intensa militância política em Jundiaí, inclusive sendo eleito vice-prefeito, em 1963, pelo antigo Partido Social Democrático, em pleito independente do de prefeito. Em toda sua vida, esteve sempre envolvido em atividades filantrópicas, colaborando em entidades como o Lar Anália Franco, a APAE, o S.O.S., a Casa Transitória e a Associação dos Hansenianos de Jundiaí. Foi, também, sócio-fundador e diretor de outras entidades civis, como o Grêmio Estudantil do Ginásio Rosa, a Associação dos Contabilistas de Jundiaí, a Cooperativa dos Funcionários Municipais, o Tênis Clube e o Cemitério Parque dos Ipês. Em 1975, tornou-se um dos fundadores do Jornal de 2ª Feira, no qual colaborou com artigos versando sobre a administração e a política municipais. Também é autor de numerosas crônicas, poesias e contos, havendo recebido Menção Honrosa por um destes trabalhos – o conto João e José. – em concurso promovido pela Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí em 1987. Em 2005, publicou o livro A Saga de um Imigrante, resgatando a memória de seu pai, Adolfo Torricelli. Em 2008 publicou Jundiaí eu vi, Exemplo de sua produção poética está no poema que segue, datado de 16/9/1981:
PRAGA
Qual coruquerê no algodoal,
destruindo tudo.
Comendo o que vingou,
secando o que floresceu.
Não interessa quem plantou,
não conta o que morreu.
Essa praga, pior que todas,
como se cogumelo fosse,
aumenta dia a dia,
abraçando igual a um polvo,
não teme antídotos,
não conhece defensivo potente.
Cresce, viceja em todas as direções,
setor público de preferência.
Caminha fortemente, impera.
Não pede, dá ordens,
destruindo tudo.
Rouba, deixando o vazio,
não deixa provas, não dá recibo.
A impunidade é o seu incentivo,
a indiferença o seu apanágio,
a pouca vergonha, a sua vitória.
Organizada ou não, é instituição.
Essa praga, que se eliminada
salvaria o Brasil, a Nação,
chama-se CORRUPÇÃO.