Espécie de “teatro de bolso” criado no final dos anos 1930 e que teve como local de funcionamento a antiga Serralheria Gandia, situada na Rua General Osório, altura do atual nº 124. Ali, durante o dia, aviavam-se vitrôs, portões, gradis e congêneres, e à noite, esporadicamente, faziam-se representações que eram assistidas por uma plateia de 25 a 30 pessoas, constituída por moradores da redondeza. O palco e a pequena arquibancada eram improvisados com tábuas e caixotes de madeira, após a remoção das ferramentas e demais apetrechos de trabalho da oficina, e as peças, extraídas de livretos, eram encenadas pelos filhos do serralheiro, Luiz, Luíza, Wilson e João, participando, também, alguns primos – como um da família Gagliano, a quem incumbia a tarefa de acionar as cordinhas para a abertura ou fechamento da cortina, conforme o momento do espetáculo. Tiveram seguidas representações no local peças como A Cruz e o Diabo, Paixão de Cristo, Tristeza do Jeca, O Sapateiro e outras pertencentes ao repertório circense. Dentre os amigos da família, fizeram muito sucesso naquele palco improvisado o então adolescente Waldemar Alarico e sua irmã Didi, representando uma paródia do clássico de Ary Barroso, Boneca de Piche, que Carmem Miranda e Almirante interpretaram pela primeira vez em 1933. O teatrinho da Rua General Osório encerrou suas atividades em 1943, quando Luiz faleceu com 34 anos de idade. Era ele o mais velho e mais experiente dos quatro irmãos e de quem partira a ideia de transformar a serralheria da família no primeiro teatro de bolso de Jundiaí.
