(Guariba-SP, 16/11/1917 +São José do Rio Preto-SP, 20/10/2000) – Padre, poeta e pesquisador, mentor da criação do Museu Histórico e Cultural de Jundiaí. Antonio Stafuzza tornou-se seminarista em 1939 e em 1951 recebeu a ordenação, depois de realizar seus estudos superiores de Teologia em São Paulo e Curitiba-PR. Serviu à Igreja, inicialmente, como cura da Catedral de Jaboticabal (SP) e vigário de Pitangueiras-SP. Em 1953 foi designado vigário em Ibiúna-SP e em 1959 veio para Jundiaí, como vigário da Paróquia de Santa Terezinha. Permaneceu na cidade até 1976, quando foi designado capelão do Asilo de Santa Bárbara d’Oeste-SP. A partir de agosto de 1980, até falecer, serviu como vigário em São José do Rio Preto-SP. No período em que viveu em Jundiaí, Padre Antonio Stafuzza teve marcante atuação nos trabalhos de organização do Museu Histórico e Cultural, então criado e instalado, por sugestão sua, no Parque da Uva. Produziu obras de grande valor, como Museu de Jundiaí (publicada em dois volumes); Tomai, Comei! (poemas eucarísticos); Décadas Líricas (Mariologia); Primórdios da Diocese de Jundiaí; História de Pedreira e Teoria da Reintegração. Esta última obra, Stafuzza dividiu-a em três partes, apresentando na primeira um tratado de simbologia; na segunda, uma pequena enciclopédia de simbologia; e na terceira, interpretações pessoais do Gênesis, do Dilúvio, da Esfinge e do Apocalipse, além de superstições, lendas aborígines do sul e teogonias. Como pesquisador, identificou várias espécies novas de insetos, duas das quais receberam o seu nome, e descobriu o sítio arqueológico de Caiubi-SP. Teve, ainda, uma intensa atuação na imprensa, publicando artigos sobre religião, história, ciências e artes em jornais e revistas de Jundiaí, Batatais-SP, Bragança Paulista-SP e São José do Rio Preto-SP. Essa versatilidade foi destacada pelo pintor e jornalista Amadeu Accioly, em uma de suas crônicas, publicada em 1967, onde ele afirma:: “O sacerdote em apreço tem a arte sutil de consumado crítico, aliada a um talento flexível e maleável, capaz de esvurmar com eficiêcia os atos primevos do cosmos. (…) No Padre Stafuzza admira-se a leveza rara de estilo aplicada aos mais variados assuntos. Na conversação, a sua malícia vibra sem crueldade; sua ironia soa sem azedume. Sua crítica é bem orientada. Faz bem apreciar a justeza das suas observações e, sobretudo, a graça sutil, idônea, delicada com que trata teorias, ideais, fatos históricos, acontecimentos passados, poetas, escritores e, principalmente, organização de museus. (…) Sua cultura enciclopédica, falada ou escrita, traduz uma das formas superiores, senão a forma superior duma civilização requintada e estética. Palestrar com o distinto sacerdote é ter a sensação de um oásis de clima ameno e saudável. Mesmo porque, nos dias presentes, o culto da palavra falada e da palavra escrita, perde-se dia a dia. Só raros espíritos conservam, alimentam e animam esse culto precioso.”