(São Sebastião do Paraíso-MG, 1913 +Jundiaí, 1990) – Enfermeira. Filha de imigrantes vindos de Padovana, Vitória Furlan foi criada em São Sebastião do Paraíso, onde seus pais se dedicavam ao comércio de tecidos e produtos importados da Itália. Formada professora normalista, aos 16 anos, é enviada para o Rio de Janeiro, a fim de cursar a Escola Superior de Enfermagem Ana Nery, eis que, desde muito cedo, revelava vocação para cuidar de pessoas enfermas. Por afinidade profissional, cruza-se, no Rio, com o doutorando Eduardo de Souza, da Faculdade de Medicina de Homeopatia, com quem vem a se casar, em 1935, já em terras mineiras. Dadas as convicções políticas do marido, e a posição assumida por ele, não renegando as cores da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, o casal vê-se forçado a migrar para São Paulo, atendendo a reiterados apelos do D.I.P., a polícia política do Governo Vargas. A convite de seus conterrâneos João Martins (farmacêutico) e Arnaldo Lemos (dentista), já radicados em Jundiaí, D. Vitória e Dr. Eduardo vêm formar com eles um núcleo de assistência médica-odontológica na Vila Arens, o qual, com a participação efetiva do pároco salvatoriano Octávio Gurgel, dá origem ao Círculo Operário Jundiaiense. Na mesma época, a indústria resolve criar uma associação com o lema “Pela Paz Social no Brasil” – que vem dar origem ao SESI (Serviço Social da Indústria) – e a sua atividade em Jundiaí tem início com a criação de um Posto de Puericultura, para cuja direção é indicada D. Vitória. Em seguida (1948), é implantado na região da Barreira (final da Rua Dr. Almeida) o hospital-piloto do SESI, que logo é transferido para um prédio maior, no bairro do Anhangabaú, em um dos imóveis do Sr. Benedito Storani. D. Vitória manteve-se à frente desse hospital desde sua fundação até o fechamento, decretado em 1979, por funcionamento deficitário. Ali era atendida a maior parcela da população carente, dando razão, isto, a que sua diretora fosse chamada de “mãe dos pobres”.