MOJOLA, HAYDÉE DUMANGIN

(Jundiaí, 21/3/1898 +4/12/1965) – Compositora. Autora do Hino Oficial de Jundiaí e de outras dezenas de composições, dentre as quais se destacam os hinos das escolas Conde do Parnaíba e Cel. Siqueira Moraes; o Hino a Nossa Senhora da Conceição (em homenagem à padroeira da igreja-matriz de Vila Arens); o Hino de Santa Terezinha (para a igreja da Vila Rio Branco); o Hino a São João Batista (para a igreja da Ponte São João); o Cântico a Nossa Senhora do Rosário; o Hino à Árvore; o Hino às Aves e o Hino da Padroeira, feito em homenagem a Nossa Senhora do Desterro. Além dos hinos, sua obra musical inclui diversas valsas, rancheiras, baiões, marchas e tarantelas. Algumas dessas composições foram feitas sobre letras de poetas nacionais, como Olavo Bilac, Guilherme de Almeida, Agenor Silveira e Martins Fontes. Biografia – A descendência de Haydée Mojola remonta à França do século XVII, onde viveu Eugène du Mangin, grão-mestre de Águas e Florestas das regiões de Champagne e Brie. Em 1696, um dos filhos de Eugène, Jean du Mangin, que era cobrador do Celeiro da Região de Comiey, foi distinguido com o título de Conselheiro do Rei, recebendo, diretamente de Luiz XV, um brasão de nobreza. Jean du Mangin teve um filho, de nome Henry (1735), que se fez botânico famoso e este, por sua vez, foi pai de Theóphile du Mangin, que se tornou médico da corte de Luís XVI e Maria Antonieta e foi atestante da morte de Luís XVII,  preso na Torre do Templo por ocasião da Revolução Francesa, em 1789. Para escapar à perseguição dos revolucionários, em face da sua ligação com a família de Luís XVI e Maria Antonieta, Theóphile seguiu com sua família para a Espanha, onde alterou seu sobrenome para Dumangin, a fim de não ser reconhecido como nobre. Uma vez instalado em Madrid, casou-se e constituiu família, tendo entre seus filhos, Paul (1818), que, por sua vez, foi pai de Maurice Dumangin (1851), de cujo casamento com a madrilenha Felisa Iglesias, viriam nascer Haydée e sua irmã Amélia. Maurice e Felisa vieram para o Brasil recém-casados, desembarcando no porto de Santos e buscando, desde logo, uma cidade tranquila para morar. Jundiaí foi a cidade escolhida e aqui nasceram suas duas filhas, formando família de grande presença na vida social e cultural desta cidade. Sendo ele arquiteto, aqui ganhou fama ao incumbir-se dos projetos de construção do Hospital São Vicente de Paulo e dos escritórios da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Haydée, desde cedo, orientada pela mãe, passou a trilhar o campo das artes, dedicando-se tanto à música, como ao canto, à dança, à poesia e à pintura. Após realizar seus estudos primários com a professora Rosa Fladt, no Colégio Florence, de Jundiaí, Haydée foi prosseguir sua formação na cidade de Campinas, cursando a Escola Normal, onde teve como professor de harmonia e teoria musical o catedrático Elias Lobo. Formou-se professora em 1919, e em seguida, fez aperfeiçoamento de canto com a professora Maria Giudice, adquirindo habilitação para o magistério especializado nas áreas de canto e música. Além de lecionar essas matérias, Haydée fez parte do coro da Igreja-matriz de Nossa Senhora do Desterro; participou de numerosos festivais da Sociedade Jundiaiense de Cultura Artística, apresentando-se como cantora lírica, e de festivais de balé e canto, os quais eram realizados no Cine Theatro Polytheama, sob seu comando e organização. As peças eram ensaiadas por ela, com a colaboração de sua filha Mercedes e das filhas de amigas e colegas, dentre as quais se destacavam Glória Rocha, Elisa Bandeira Soares de Camargo e Lina Canguaçu. O empenho no sucesso desses festivais era bastante grande, posto que todo o valor arrecadado nas bilheterias era revertido em prol da população carente. Seu relacionamento artístico na capital incluiu alguns dos mais expressivos nomes da poesia e da música, como Guilherme de Almeida, Martins Fontes, Menotti Del Picchia, Guiomar Novaes, Estelinha Epstein e Antonieta Rudge. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, Haydée compôs várias músicas de incentivo aos soldados paulistas. Também musicou vários poemas de Martins Fontes, entre os quais Meu São Paulo, que ainda hoje é cantado em escolas da capital. Em 1933, compôs o hino Terra Querida, Jundiaí, em homenagem à cidade que tanto amava, vindo este a tornar-se o Hino Oficial de Jundiaí, por lei de iniciativa do vereador Tarcísio Germano de Lemos, promulgada pelo prefeito Omair Zomignani, sob o nº 869, em 17 de novembro de 1960. Em 1934, por ocasião da primeira Festa da Uva de Jundiaí, Haydée compôs um hino especial, dedicado a esse evento, o qual intitulou Canção da Uva. Tal composição, entretanto, apesar de executada com grande sucesso pelo maestro Bovolenta, perdeu-se nos anos posteriores. Sua paixão pelas artes a levava constantemente à capital, onde participava de exposições, vernissages, recitais, saraus, audições e demais eventos do gênero. Pela amizade que mantinha com o escultor Brecheret, foi convidada de honra da I Bienal de São Paulo. Também dedicou-se à pintura, produzindo, em seu sítio, no bairro do Jundiaí-Mirim, vários quadros, todos eles presenteados aos amigos. Haydée Dumangin Mojola foi casada com o médico Pedro Calau Mojola, com quem teve três filhos: Roberto Maurício, falecido quando criança,; Mercedes, que foi casada com o médico Tolmino Martini e faleceu em maio de 2004; e Maurício, artista plástico que estudou e residiu em Paris e faleceu em Jundiaí em 1973. Em 1969 Haydée foi homenageada pelo Poder Público Municipal, com a atribuição de seu nome ao parque infantil instalado defronte à praça principal da Vila Hortolândia. Bibliografia musical da compositora: 1 – Hino a Anchieta (versos de Olavo Bilac); 2 – Última Serenata — Pierrot, nº l e 2 (valsa); 3 – Nove de Julho (hino dedicado ao Batalhão Romão Gomes); 4 – Pijama (fox-canção); 5 – Canção do Expedicionário (letra de Guilherme de Almeida); 6 – Ei-los! (hino aos voluntários de Jundiaí); 7 – Perjura (rancheira); 8 – Chinesa (valsa-canção); 9 – Canção de Amor (rancheira); 10 – Canção da Mulher Paulista (letra de Clotilde de Matos); 11 – Cântico a Nossa Senhora do Rosário (hino religioso); 12 – Dalva (valsa dedicada a Dalva Mengen, Rainha da Beleza do III Centenário de Jundiaí); 13 – Visões do Oriente (valsa; versos de Isa C. de Souza Leite); 14 – Folguedos de São João (marchinha); 15 – Cheguei de Avião (1ª Festa da Uva); 16 – Sinos de Natal (valsa dedicada ao sobrinho Mário); 17 – Jubileu (dedicada ao Monsenhor Arthur Ricci); 18 – Ave Maria; 19 – Santa Cecília (hino); 20 – Yole (valsa sentimental dedicada a Yole Bocchino); 21 – Às Armas! (hino patriótico; versos de Isa Canguacu Souza Leite); 22 – Hino à Árvore; 23 – Siá Maria (rancheira); 24 – Exaltação a Jundiaí (hino); 25 – Moeda Paulista (versos de Guilherme de Almeida); 26 – Ser Paulista (hino; versos de Martins Fontes); 27 – Despedida (valsa; versos de Isa Lobo da Costa); 28 – Hino a São João Batista (oferecido à paróquia da Ponte São João); 29 – Eu Quero Cantar no Rádio (samba); 30 – Grupo Escolar Conde de Parnaíba (hino do cinquentenário dessa escola); 31 – Jundiaí Trezentão (baião); 32 – Terra Querida, Jundiaí (marcha; hino oficial da cidade); 33 – Nossa Senhora do Desterro (hino à padroeira de Jundiaí); 34 – Canção da Uva (marcha em homenagem aos viticultores de Jundiaí); 35 – Meu São Paulo (marcha patriótica em homenagem à condessa Álvares Penteado); 36 – Avante! (marcha patriótica dedicada à Cruz Vermelha Santista; versos de Agenor Silveira); 37 – Meu Rancho (rancheira); 38 – Venham ver como isto é! (marchinha); 39 – Puxa-puxa (samba para o cordão da Associação dos Empregados do Comércio); 40 – Quando Lembro (rancheira, dedicada a Yara C. de Souza Leite); 41 – Batalhão Infantil; 42 – Coração Paulista (valsa); As Baleiras (marcha dedicada às baleiras do Polytheama); 43 – Amendoim Torradinho; Um Perigo (cançoneta dedicada ao Soldado de 32); 44 – Que Folga! (marchinha); 45 – Casa do Soldado; 46 – Patinadora; 47 – Primavera (coro e bailado); 48 – Mamãezinha (coro infantil); 49 – Avezinha (coro infantil). Também musicou o poema Nossa Bandeira, de Guilherme de Almeida.

TERRA QUERIDA JUNDIAÍ

(Hino de Jundiaí)

Ó terra querida, Jundiaí

Teus filhos amantes são de ti.

Que Deus abençoe eternamente

Esta terra onde nasci.

Ó terra querida, Jundiaí

Teus filhos amantes são de ti.

Saudades mil levam

Os que passam por aqui

Terra gentil, altruísta,

De ti me orgulho,

Pois és bem paulista!

Teus filhos com devoção

Marcham pr’a luta como heróis

Cheios de fé em sua oração.

Que belas tardes amenas!

Que lindas noites,

Felizes, serenas!

Teu jardim é um paraíso

Onde a mocidade jovial

Com seu ardor confunde o riso.

Quem poderia imitar

O teu céu com suas cores?

Com seus lindos fulgores?

Os teus campos, tuas flores?

Só a natureza guiada pelo Criador

É que pode pintar este arrebol

Que jamais vi,

Tardes ao pôr-do-sol!

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EFEMÉRIDES
Em 27 de julho de ...
1889 Nascia em Campinas-SP o músico Argel Ferreira Leite.
1919 Nascia em Anhemby-SP o engenheiro agrônomo e escritor esotérico Joaquim Franco de Godoy.
2000 Falecia em Jundiaí, aos 71 anos, o cantor Durval de Brito Salles.
2000 Falecia em Jundiaí, aos 69 anos, o cantor Mosoer Felício.
2013 Falecia em Jundiaí, aos 84 anos, a cronista literária e de MBP Célia de Freitas.

Saiba mais sobre estes e outros personagens, instituições e fatos ligados às Artes, à Cultura e à História de Jundiaí navegando pela nossa Enciclopédia Digital.

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