(Alba-Piemonte, Itália, 28/8/2018 +Jundiaí, 12/5/2011) – Pintora, gravadora e ceramista. Filha de Frederico Perracini e Catharina Cappellano. Formada em Artes Plásticas pela FAAP e pós-graduada em Artes pela USP, Fernanda Milani lecionou História da Arte na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, na Faculdade de Belas Artes de São Paulo e na Faculdade de Comunicação Visual de Mogi das Cruzes. Durante mais de dez anos lecionou Educação Artística na Escola Estadual de 1º e 2º Graus Prof. Adoniro Ladeira, e de 1983 a 1988, presidiu a Comissão Municipal de Artes Plásticas e integrou o Conselho Municipal de Cultura de Jundiaí. Fez cursos de pintura com Tarsila do Amaral, Renina Katz, Sanson Flexor, Colette Pujol e Yolanda Mohaliy; cursos de gravura com Evandro Carlos Jardim, Selma Dassere, Yole De Natale e Maria Del Carmem Perez Sola; cerâmica com os professores João Rossi e Nieta Lex, e História da Arte com Flávio Motta, Wolfang Pfeiffer e Herbert Duchenes. TRAJETÓRIA ARTÍSTICA: 1947/49 – Participação na V e VI exposições coletivas da Associação Paulista de Belas Artes (São Paulo); 1950/51 – Menção honrosa no I Salão Jundiaiense de Belas Artes (Jundiaí); 1953 – Medalha de Prata no I Salão da Sociedade de Belas Artes de Santo André; 5º Prêmio no II Salão Jundiaiense de Belas Artes (Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, Jundiaí) e 2º Prêmio no X Salão de Belas Artes de Campinas-SP; 1954 – 1º Prêmio no II Salão de Artes Plásticas de Santo André-SP e 2º Prêmio J. Couto Mendes de Almeida no Salão de Belas Artes comemorativo ao IV Centenário da Cidade de São Paulo; 1956 – 2º Prêmio no XII Salão de Belas Artes da Cidade de Campinas (SP) e Medalha de Prata no Salão de Belas Artes de Santo André (SP). DÉCADA DE 1960 – 1º Prêmio no II, IV e V Salões Municipais de Belas Artes (Jundiaí); 1º Prêmio em Cerâmica na Exposição dos Alunos e Ex-alunos da Fundação Armando Álvares Penteado, realizada no Mu-seu de Arte Contemporânea de São Paulo, 1965). DÉCADA DE 1970 – Participação nos Encontros Jundiaienses de Arte , onde recebeu o Prêmio Amadeu Accioly (1971) e Referência Especial do Júri (1975); 1º Prêmio no Salão Campolimpense de Arte (Campo Limpo Paulista-SP, 1974); participação no XVII Salão de Arte de São Bernardo do Campo (SP) e na EucatExpo-Arte; seus módulos em azulejos para decoração são publicados no livro Arte Cerâmica no Brasil, do professor Pietro Maria Bardi. DÉCADA DE 80 – Participação na exposição 100 anos de Escultura no Brasil, realizada no Museu de Arte de São Paulo (1982); coletiva Oficina de Gravuras Um Panorama Paulistano, realizada no Centro Cultural São Paulo (1985 e 1986); participação na Exposição Portuguesa de Além-Mar, que se iniciou em Lisboa, em 1985, e depois circulou por várias cidades portuguesas; participação na I Expo Portuguesa de Além-Mar e seus Parceiros, na Feira Internacional de Lisboa (1986). Também participou de exposição de gravuras na Habilités par lo Ministério dela Justice e no I Espaço Entroprese, de Regent, em Montpellier-França (1988); teve seus trabalhos expostos na Pindar Gallery, em Nova Iorque-EUA; participou de coletivas nas galerias A Tenda, em São Paulo, e Ateliê, em Jundiaí, expondo gravuras em conjunto com esculturas de Norma Grinberg; 1992 – Fez parte da Comissão Organizadora do Salão de Arte Jundiaí-92, realizado no Parque Municipal Comendador Antonio Carbonari; 1993 – Colaborou na organização da retrospectiva Inos Corradin – 40 Anos de Pintura, realizada no Paço Municipal Nova Jundiaí; 1994 – Participação na coletiva Arte ao Vivo, realizada no Expo-Center Norte. Participou, também, da coletiva Futuros Artistas Famosos, realizada no Espaço Cultural da Fundação Mokiti Okada (São Paulo); 1996 – Participação na Comissão de Inauguração da Galeria de Arte do Teatro Polytheama; 1997 – Foi catalogada no Anuário Jundiaiense de Artes Plásticas-97 e participou da exposição de lançamento dessa obra, no Grêmio Recreativo dos Empregados da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (Jundiaí); exposição com ex-alunos na Antagônica (Jundiaí); 1998 – Participação na exposição comemorativa do lançamento do Anuário Jundiaiense de Artes Plásticas-98 (Grêmio Recreativo C.P., Jundiaí); participação na exposição Resgate: 1950 – 1º Salão Jundiaiense de Belas Artes (Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, Jundiaí); participação no I Salão Oficial de Artes Plásticas e Design (Lar Center, São Paulo); Participação no Leilão de Artes Plásticas da Região de Campinas (Campinas-SP; leiloeiro oficial: Roberto de Magalhães Gouveia); a convite da Prefeitura Municipal de Jundiaí, fez doação de uma pintura em óleo sobre tela à TV Educativa de Jundiaí; 1999/2000 – Exposição Jundiaí: Educação com Arte (Centro de Exposições Cecília Meireles / Complexo Argos, Jundiaí); 2000 – Exposição Arte da Cidade (Centro de Exposições Cecília Meireles / Complexo Argos, Jundiaí); 2002 – Artista convidada para a mostra Arte do Novo Século (Centro de Exposições Cecília Meireles / Complexo Argos, Jundiaí); Exposição Coletiva na inauguração da Fatec (Faculdade de Tecnologia de Jundiaí); Outubro de 2003 – Exposição na Fundação Mokiti Okada (São Paulo), com alunos do Ateliê Laura Ferreira; Janeiro de 2004 – Participação na Coletiva de Artes Plásticas realizada por ocasião da 26ª Festa da Uva de Jundiaí. CRÍTICA: “Estamos diante de uma artista plástica cuja personalidade fora moldada em autênticas matrizes integradas simbioticamente: o magistério didático da arte e a estética aplicada às artes plásticas atuais. Fernanda Milani se insere comodamente em motivação de naturalismo absolutamente conceitual, original e próprio.” (João Rossi, crítico de arte). “Com uma técnica elaborada com segurança e sustentada por uma excepcional sensibilidade, Fernanda cria um mundo visual com a dignidade artística que pressupõe estudo, informação e amor. Nada de Fernanda é casual e efêmero. Uma importante artista da qual Jundiaí deve orgulhar-se.” (Inos Corradin, artista plástico). “Fernanda se utiliza da pintura para expressar imagens já anteriormente nossas conhecidas em suas gravuras. São trabalhos feitos com expressão e originalidade que marcam o seu fazer artístico. O recorte da natureza (como se feito pela máquina fotográfica desfocada) é apresentado numa linguagem sintética quase abstrata. Através do tratamento da cor e da luz é que se realiza a paisagem: seja pelo corte, seja pela composição resultante, em nenhum momento poderão ser paisagens óbvias. As pinceladas ágeis e organizadas, ritmando a ação do pintar, revelam o cuidado de quem conhece a disciplina e o trabalho dos buris nos entalhes, além das sutilezas do desenho sem retoques. Mesmo não conhecendo outras fases de sua pintura, através de seu desenho e sua gravura, ainda reconheço aqui sua identidade e sua força poética. O que caracteriza essa sua forma de trabalho, se mais me escapa no plano ‘objetivo’ da linguagem plástica, não vejo porque não exprimi-lo comparativa-mente em linguagem psicológica – tomo essa liberdade, já que digo que o seu conteúdo é poético e, acima de tudo, pessoal: os seus desenhos e gravuras, que conheço, são joviais, ‘juvenis’; a sua pintura é um mergulho profundo no mistério e na transcendência de sua maturação: caminhos de sombra, procura a luz.” (Idéo Bava, crítico de arte, São Paulo, 1988). Em 2011, o nome de Fernanda Perracini Milani foi atribuído, por lei, à galeria de arte anexa ao Theatro Polytheama.