Pederneiras-SP, 8/2/1930 +Jundiaí, 18/8/2024– Radialista e jornalista autodidata. Nascido em Pederneiras (mas foi registrado pelos pais como tendo nascido em Jaú-SP), Jayme Martins dedicou-se ao jornalismo e ao radialismo, desde os 16 anos, quando sua família mudou-se para Marília-SP (posteriormente, dedicou-se também à televisão e ao cinema). Atuou, inicialmente, como revisor e noticiarista do extinto diário Correio de Marília e como locutor e redator da Rádio Clube de Marília e da Rádio Clube de Tupã-SP. Suas primeiras obras foram publicadas na revista Juventude Literária, editada por um grupo de marilienses residentes em São Paulo, numa iniciativa do amigo Francisco Sanchez. Mudando-se para São Paulo em 1950, foi repórter e secretário da extinta Revista da ABDE, mensário da Associação Brasileira de Escritores, antecessora da atual UBE (União Brasileira de Escritores) e da extinta revista Fundamentos. Em 1956 e 1957, foi assessor de imprensa dos prefeitos paulistanos Lino de Matos e Wladimir Piza. Em 1957 e 1958, viveu em Jaboticabal (SP), atuando como repórter e noticiarista do jornal local O Combate, e como redator e locutor da Rádio Clube Jaboticabal. Em 1958, a convite dos amigos Fernando Gasparian (na época, diretor da Indústria Têxtil São Jorge, de Jundiaí), Fernando Pedreira (então redator-chefe do jornal O Estado de São Paulo) e Fernando Henrique Cardoso (na época, professor de Sociologia na USP), veio para Jundiaí, a fim de associar-se na aquisição do diário O Jundiaiense, do qual tornou-se redator-chefe, sendo Fernando Pedreira o diretor-responsável. Sua gestão à frente desse diário marcou época na vida jornalística local, pela modernização de seu feitio gráfico e de seu conteúdo, refletindo, diariamente, fatos marcantes da vida política, econômica, cultural e social de Jundiaí e região e pela cobertura dos principais acontecimentos nacionais e internacionais. Contribuiu, também, para a revelação de vários jovens valores locais, renomados até hoje, como Erazê Martinho, Chãins Miranda Duarte, Mercedes Cruañes Rinaldi, Waldemar Gonçalves, Sérgio Westin de Vasconcelos, Jairo Silvestre dos Santos, Paulo Marques, além de contar com a colaboração frequente de Mariazinha Congílio, Gastão Fortarel Barbosa, Judith Arruda Carretta, Ida Lehner, Carlos Franchi, Amadeu Ribeiro Jr., Tarcísio Germano de Lemos, Nelson Foot, José Leme do Prado Filho, Hermenegildo Martinelli, General Canrobert Lopes da Costa, Guilherme Enfeldt, bem como dos fotógrafos Rigo Sanguini e Eduardo Enfeldt. O Jundiaiense contava ainda com colaborações diárias de porte nacional, como as de Cláudio Abramo, Carlos Drummond de Andrade, José Eduardo de Macedo Soares, Nelson Jobim, bem como de seus diretores-proprietários, Fernando Gasparian (posteriormente, fundador e diretor do jornal Opinião e, atualmente, diretor da Editora Paz e Terra); Fernando Pedreira (atual embaixador do Brasil junto à Unesco, em Paris) e Fernando Henrique Cardoso – eleito presidente da República em 1994 e reeleito em 1998. De 1960 a 1962, continuando a residir em Jundiaí, tornou-se copidesque e, posteriormente, chefe de reportagem do extinto diário Última Hora (edição paulista). De 1962 a 1979, viveu na China, atuando como professor de Português, no Instituto de Línguas Estrangeiras de Pequim, como editor do Serviço de Português da Rádio Pequim (atual Rádio China Internacional) e como correspondente dos jornais O Globo, do Rio de Janeiro, O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, ambos da capital paulista, e das rádios Guaíba, de Porto Alegre-RS, e Eldorado, de São Paulo. Nesse período colaborou, também, com o Jornal de 2ª Feira, editado em Jundiaí, sob a responsabilidade do jornalista Celso de Paula. De volta ao Brasil, em 1980, atuou até 1982, como copidesque da editoria internacional do Jornal da Tarde. Durante o ano de 1982, foi assessor de imprensa do então deputado estadual André Benassi, de cuja campanha à Prefeitura de Jundiaí foi coordenador político e de comunicação social. Como coordenador dessa campanha, foi responsável, juntamente com o arquiteto Antonio Fernandes Panizza, pela elaboração da Proposta Benassi de Governo. Entre 1983 e final de 1986, foi Coordenador de Planejamento da Prefeitura local, tendo contribuído para a mobilização da opinião pública e para a articulação de iniciativas e recursos do Governo do Estado, das prefeituras e das indústrias ribeirinhas dos seis municípios da bacia do rio Jundiaí (Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Jundiaí, Itupeva, Indaiatuba e Salto), a fim de que se elaborasse o projeto e se empreendesse a obra de despoluição desse manancial. Em 1987, retornou à China com a família, especialmente para que suas filhas, Andréa e Raquel, cursassem a Universidade de Pequim. E voltou a atuar na capital chinesa como correspondente dos jornais e emissoras brasileiras e, mais uma vez, como editor do Serviço de Português da Rádio Pequim. Também desempenhou diversos papéis, como ator, no cinema e na televisão chinesa. Regressou a Jundiaí em junho de 1989, em virtude dos acontecimentos da Praça da Paz Celestial, cuja cobertura para a mídia brasileira lhe valeu o Grande Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo de 1990, conferido pela Revista Imprensa e pela ABI – Associação Brasileira de Imprensa. Nessa época, passou a trabalhar na TV Cultura de São Paulo, inicialmente como repórter de documentários e produtor do programa Fórum. A partir de 1992, começou a atuar como produtor e editor-chefe do programa Roda Viva. Continua colaborando na grande imprensa de São Paulo, Rio e Brasília, onde aborda principalmente temas internacionais. Ao longo de sua vida jornalística, além de reportagens, artigos e comentários, Jayme Martins tem feito crônicas, contos e poemas, publicados na imprensa local, que versam especialmente sobre a natureza física e humana de Jundiaí ou da China. Exemplo dessa produção é o poema transcrito logo abaixo, datado de 22/7/1988 produzido por Jayme em Pequim quando soube do agravamento do estado de saúde de seu querido amigo Vazinho D’Angieri. Mesmo do outro lado do mundo, o autor recorda Jundiaí, especialmente pelos fins de semana passados no sítio do Vazinho, o Casa Branca da Serra, hoje em boa parte, encoberto pela nova represa do Horto Florestal – daí a referência que faz à “vasta lagoa do Rui” (Engenheiro Ruy Chaves, então superintendente do Departamento de Águas e Esgotos local). O poema foi publicado na edição de 28/8/1988 do Jornal de Jundiaí.

A Saudade Está Imensa

da Casa Branca da Serra

Para um Vazinho muito são

e Dona Zulmira

“Permanecei! vós, que sois

o que o mundo não tem mais”.

Voando por longes terras,

longes mares navegados,

o Índico, o Pacífico,

o Amarelo, o Vermelho,

os Verdes Mares do Sul,

onde justo agora nado,

querendo voltar à terra,

pois nada, nada compensa

a saudade esta imensa

da lagoazinha barrenta

da Casa Branca da Serra,

onde sonho ainda um dia,

rever-me com quem lá fui,

ainda que convertida

na vasta lagoa do Rui.

E na plena graça estaria

se a meu lado tivesse,

dizendo: Vale quem tem,

lembrando o bem lembrado,

um certo Benoit Certain,

e, sorvida sua talagada

de após a Ave Maria,

o Vazinho em contrição,

com o Erazê abraçado,

cantando chororocado

todo o Luar do Sertão.

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EFEMÉRIDES
Em 9 de dezembro de ...
1944 Nascia em Jundiaí o médico, poeta e prosador Régis Cavini Ferreira.
1956 Nascia em Jundiaí o artista plástico Pedro Luiz Sabiá.
1987 Falecia em Jundiaí, aos 74 anos, o arquiteto Ariosto Mila.
1989 Falecia em Jundiaí o saxofonista Juvêncio Silva (Didi Juvêncio).

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