(Jarinu-SP +Jundiaí, 1989) – Músico autodidata. Descendente de tradicional família de músicos pelo lado materno (a Banda Contesini, de Jarinu, levava o sobrenome de sua mãe), já aos cinco anos revelava sua vocação musical, atraído pela sanfona do pai, que mal podia segurar. Foi pela sanfona que Emygdio Lorencini iniciou uma carreira, em que viria a executar desde instrumentos como o banjo e o bandolim, até violino, violão e cavaquinho, com os quais abrilhantava os bailes de Jarinu, em que se tornaram famosas suas serestas boêmias. Desenvolveu brilhante carreira como compositor, criando não somente marchas e sambas para os carnavais de Jarinu, como também valsas e canções românticas para saraus e serestas, algumas delas ainda lembradas pelos antigos moradores daquela cidade. Já como regente da Banda Contesini, compôs diversas marchas e dobrados, além de originais arranjos de músicas clássicas e populares, adaptadas para banda. Demonstrando sua versatilidade musical, foi maestro e, concomitantemente, harmonista da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, de Jarinu, para a qual compôs também inúmeras peças sacras, destacando-se Ave Maria, que até hoje é executada nas cerimônias de casamento. Depois desta fase, passou a integrar, em Jundiaí, a Orquestra Marajoara, que animava os bailes semanais na sede da Sociedade Musical e Recreativa União Brasileira, então conhecida como Clube da Banda. Foi nessa orquestra que desenvolveu plenamente suas virtudes de arranjador, transcrevendo para a pauta numerosas composições só conhecidas em discos, sobretudo canções americanas popularizadas pelo cinema, através das orquestras de Henry James, Paul Weston e Gordon Jenkins. Veio depois o seu mais conhecido período de regente, quando à frente da Banda São João Batista, contribuiu com seus dotes de compositor e arranjador, para elevar o prestígio da corporação sanjoanense, cujo primeiro disco trouxe vários arranjos e composições de sua autoria, como o dobrado Jaime Diniz e o samba Córrego do Mato. Foi com a música Coração de Estudante – que contou com o seu arranjo para o primeiro disco – que a Banda São João Batista despediu-se do maestro, prestando-lhe homenagem à beira do túmulo em que foi sepultado no Cemitério Municipal.