FRANCHI, CARLOS

(Jundiaí, 1932 +25/8/2001) – Professor emérito, pesquisador, cantor lírico, palestrante e fundador de numerosas entidades culturais em Jundiaí. Dos 10 aos 19 anos, Carlos Franchi foi seminarista, o que contribuiu para forjar o caráter benevolente e compreensivo do jovem que, anos depois, se tornaria um ferrenho defensor dos direitos humanos. Durante os anos em que lecionou no antigo Instituto de Educação – hoje, Escola Estadual “Bispo D. Gabriel Paulino Bueno Couto” – e no antigo Ginásio Estadual de Vila Arens (GEVA) – hoje, Escola Estadual “Dr. José Romeiro Pereira” –, influenciou toda uma geração de jovens, que com ele aprenderam os conceitos éticos, morais e humanos que devem permear o conhecimento. Em 1952, Franchi ajudou a criar o Centro de Debates Culturais, para cuja presidência foi eleito, e promoveu a vinda de importantes conferencistas à cidade. Exerceu o mandato de vereador, de 1952 a 1955, e na eleição seguinte concorreu ao cargo de prefeito, sendo derrotado. Por suas ideias e convicção socialista, tão logo foi instalado o regime militar, em 1964, seus inimigos políticos começaram a taxá-lo de comunista e, com isto, ele passou a sofrer perseguições e ameaças de prisão. E teria sido efetivamente preso em uma determinada manhã, quando se encontrava em seu escritório, no Edifício Loboda, não fosse o alerta de um amigo, que lhe telefonou para avisar que a Polícia estava indo para lá. Saindo do escritório, Franchi desceu até a praça, para que todos vissem que ele estava na cidade, e foi ao Bar Cometa, que àquela hora estava repleto de pessoas. Quando o delegado chegou, imediatamente o convidou-o para tomar café, junto com seus amigos, tornando, com isto, impossível a prisão naquele momento. Licenciado em Letras Neolatinas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1955) e bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1958). Entre 1955 e 1970, Carlos Franchi atuou no magistério secundário de São Paulo, como professor efetivo de latim e português, em cargos obtidos por concurso público (1º lugar em 1955, 1957 e 1959); foi coordenador da área de Comunicação e Expressão no Ginásio Pluricurricular Experimental da Lapa; participou da criação e implementação das Escolas Experimentais e Pluricurriculares e contribuiu na preparação dos primeiros Guias Curriculares, atuando junto à Coordenadoria de Normas Pedagógicas (CENP) da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Depois de concluir o Curso de Teoria Literária e Literatura Comparada na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na Universidade Estadual de São Paulo, sob orientação do professor Antonio Cândido de Melo Souza (1969), viajou para a França, onde estudou Linguística na Université Cientifique Aux Marselle, sob orientação do professor Clair Blanche Benveniste, obtendo o título de Mestre em Letras. Depois de um estágio na Universidade de Tel-Aviv, em Israel, Franchi voltou ao Brasil, vindo doutorar-se em Ciência, com especialização em Linguística, pela Universidade Estadual de Campinas (1976). Realizou estágios de pós-doutoramento junto ao Departamento de Línguas Hispânicas da State University of New York, at Albany (1979) e junto ao Departamento de Linguística da University of Califórnia, at Berkeley (1980/81). Na Universidade Estadual de Campinas, onde foi orientador de dezenas de alunos em estudos e pesquisas científicas, recebeu o título de Professor Emérito, pouco antes de falecer. Carlos Franchi foi, também, um grande amante da música, tendo exercitado essa paixão como cantor, organista e regente do Coral Santa Cecília, da Igreja do Rosário e São Benedito (no Largo de Santa Cruz) e do Schola Cantorum, da Catedral de Nossa Senhora do Desterro. Deixou farto material de pesquisas e reflexões sobre o homem e a sociedade.

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EFEMÉRIDES
Em 7 de setembro de ...
1922 Era lançada a pedra fundamental do prédio em que se encontra instalado o Gabinete de Leitura Ruy Barbosa.
1938 Nascia em Cambuy-MG o músico Gilberto Cirineu Ribeiro (Siri).
1952 Era criada a Paróquia de Santa Terezinha.
1969 Nascia em Jundiaí a pintora Isabel Cristina Lopes Vaz.
1989 Falecia em Jundiaí, aos 76 anos, José de Castro Marcondes, o último prefeito nomeado do município.
2008 Falecia em Jundiaí, aos 84 anos, a poetisa, cronista e contista Ida Lehner de Almeida Ramos.

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