ESCOLAS DE SAMBA

1969: Desfile da Mocidade Alegre da Agapeama

No começo do século, o Carnaval era uma festa marcada pelos corsos, grupos de desfiles com carros e marchinhas. Somente a partir de 1930, quando o governo de Getúlio Vargas derrubou a proibição feita para a cultura afro-brasileira, surgiram as escolas de samba. Em Jundiaí, o primeiro lugar onde essa mudança teve efeitos foi no Clube Beneficente e Recreativo 28 de Setembro, entidade fundada em 1897 e reconhecida como a mais antiga do gênero no Estado de São Paulo. A Praça da Bandeira, em frente ao Clube 28, foi, durante anos, o ponto de encontro do Bloco Santa Cruz. Já nas décadas de 50 e 60, as rodas de samba começaram a se espalhar por outros pontos da cidade, levando ao surgimento das escolas Pitangueiras (Vila Arens), Além Viaduto e do Caio (Ponte São João), as do Vianelo e do Retiro e a Unidos da Vila Helena. Já em 1968 surge o irreverente bloco Estamos na Nossa, na Ponte São João, que se manteve em atividade até o final dos anos 80 criticando os regulamentos e a competição entre escolas por tirarem boa parte da espontaneidade da festa, transformando o carnaval num espetáculo para a plateia. O aspecto era festivo, mas não padronizado como os desfiles cariocas transmitidos pela televisão. Na década de 70, mais escolas vão surgindo: a Unidos da Vila Rio Branco, a da Vila Rami (de João Saturnino), a Mocidade Alegre da Agapeama, a Colorado e a do Juventus, ligadas aos clubes da região da Vila Mafalda; a Cai Cai, na Vila Lacerda (a mais antiga escola em atividade em Jundiaí); a Unidos da Vila Progresso; a Meninos da Praça, na Vila Aparecida, e a Unidos do Jardim Rio Branco. Com a oficialização do concurso entre escolas, no início dos anos 1980, os desfiles ganham um caráter mais elaborado, notando-se, desde logo, o início de um intercâmbio entre agremiações locais e grandes escolas do Rio e de São Paulo, com vistas ao aprimoramento de seus enredos. Surgem, então, como principais concorrentes as escolas do Clube 28 de Setembro e da Jovem Banda, uma e outra investindo cada vez mais alto na disputa da primeira colocação. O custo de preparação dos enredos, entretanto, com numerosos carros alegóricos e fantasias e adereços luxuosos, torna-se, para ambas, insuportável, e elas acabam desaparecendo. A Jovem Banda, ainda com um algum fôlego, inscreve na disputa uma escola de menor porte, a Vitória Régia (isso, em 1984), enquanto dos quadros da 28 surge a Eldorado (1986), que retoma, por alguns anos, a liderança das disputas, até que os motivos econômicos a fazem também desaparecer. No final dos anos 80, surgem a Arco-Íris, no Parque Eloy Chaves, e a União da Vila, na Vila Rio Branco, que seriam protagonistas dessa clássica rivalidade durante a década de 90 e início do terceiro milênio. A fomentar essa motivação toda, desde 1991 está em atividade a Liga Jundiaiense das Escolas de Samba (Lijunes), que edita o regulamento dos concursos e mantém com o Poder Público os entendimentos relativos ao repasse de verbas para financiar a preparação dos grupos e para a premiação dos vencedores dos desfiles oficiais. A partir da criação da Lijunes, surgiram várias escolas novas, como a União de Santa Gertrudes, a Zona Leste (na Vila Aparecida) e a Marujos da Zona Sul, do Vale das Vinhas, reaparecendo, ainda, a escola da Vila Helena, que, por alguns anos, voltou a tomar parte nos desfiles. Irreverentes – Em paralelo às agremiações estruturadas para tomar parte nos desfiles, Jundiaí sempre teve grupos irreverentes, voltados apenas à diversão, sem nenhum compromisso com o evento oficial. É bastante lembrado, entre esses grupos, a Bandinha Aurifulgente, cuja principal característica era a de abrigar dezenas de “músicos” que apenas simulavam tocar os instrumentos que carregavam. Dentre os mais recentes, o que persistiu por maior tempo em atividade foi o Bloco Estamos na Nossa, surgido na Ponte São João, em 1969. Em 1986, o bloco se transformou na Banda da Ponte e, por fim, cedeu o seu espaço ao Refogado do Sandi, que desde 1994 responde pela abertura dos festejos de rua, desfilando em plena tarde de sexta-feira.

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EFEMÉRIDES
Em 27 de julho de ...
1889 Nascia em Campinas-SP o músico Argel Ferreira Leite.
1919 Nascia em Anhemby-SP o engenheiro agrônomo e escritor esotérico Joaquim Franco de Godoy.
2000 Falecia em Jundiaí, aos 71 anos, o cantor Durval de Brito Salles.
2000 Falecia em Jundiaí, aos 69 anos, o cantor Mosoer Felício.
2013 Falecia em Jundiaí, aos 84 anos, a cronista literária e de MBP Célia de Freitas.

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