(Piracaia-SP, 10/7/1910 +Jundiaí, 1/4/1976) – Jornalista, poeta e historiador. Filho de Pascoal Colaferri e Élide Guerrazzi. Armando começou a revelar o seu pendor para as letras nos tempos de estudante, fazendo-se, já então, colaborador dos órgãos de imprensa locais. Como bacharel em Direito Social, serviu à Previdência Social durante mais de 30 anos, atuando, parte desse tempo, na cidade do Rio de Janeiro. Ali pesquisou e escreveu a história do bairro de Nossa Senhora de Copacabana, que foi reproduzida pelo jornal Correio da Noite, numa série de reportagens, em janeiro e fevereiro de 1949. Foi o primeiro pesquisador a revelar pela imprensa nacional a procedência da imagem de Nossa Senhora, existente na Igreja-matriz de Copacabana, trazida por sacerdotes católicos da localidade de Copacahuana, às margens do lago Titicaca, na fronteira do Peru com a Bolívia. Antes, em 1937, em parceria com Tibúrcio Estevam de Siqueira, venceu um concurso instituído pela Câmara Municipal de Jundiaí, no qual apresentaram o trabalho intitulado A Contribuição do Imigrante no Desenvolvimento de Jundiaí. Em 1939 obteve o Prêmio Marquês de Monte Alegre, instituído pela Associação Paulista de Imprensa e em 1945 foi premiado em concurso promovido pela Folha da Manhã (antecessora da Folha de S. Paulo). Foi, também, um dos vencedores do certame literário internacional promovido, em 1940, pela Kobukai Bunka Shinkokal (Sociedade de Fomento de Cultura Internacional), para comemorar os 2.600 anos de fundação do Micado japonês. Como poeta, produziu dezenas de sonetos, um dos quais, intitulado O Filho de Muzelit, foi incluído em O Livro de Aladin, de Malba Tahan. Em homenagem à natureza e em defesa do meio ambiente, escreveu A Árvore, poema inspirado na flora que cultivava no quintal de sua casa, na Rua Senador Fonseca. Esta obra foi publicada postumamente pela Coordenadoria Municipal de Cultura, em 1986, e ganhou nova edição, em 1999, por iniciativa da Literarte. Como historiador, dividiu com o professor Nelson Foot a incumbência oficial de explicar a história de Jundiaí, resultando de suas pesquisas as obras Elementos Para a História de Jundiaí e Em Torno da Fundação de Jundiaí, ambas publicadas pela Prefeitura Municipal.
ASPECTOS DA SERRA
Fita além, ao longo da esplanada
A serra altiva, a Serra do Japy!
Entoa-lhe hinos, cedo, a passarada.
E ela, entre a névoa fina da alvorada,
Parece que sorri.
Murmuras brisas passam roçagando
A esmeraldina Serra do Japy!
A ela, entre a luz do sol que a vai beijando,
Parece Jundiaí estar contemplando,
Parece que sorri.
Faixas de fogo pelo poente…
É verde-escuro a Serra do Japy!
Parece que em seu seio, docilmente,
Vagueia inda fulvo e incandescente
Em clarão de rubi.
A noite já assomou no firmamento!
Dizem estar triste a Serra do Japy!
Oh, não creia, me disse um pensamento,
E desde então tive o pressentimento
Que ela sempre sorri.
Armando Colaferri, 18/12/1928


