(Jundiaí, 8/6/1912 +6/6/1998) – Panificador e agitador cultural. Filho de Palmira e Luiz Cervi. Quando garoto, Oswaldo Bárbaro transportava rolos de filme entre os cines Ideal, Polytheama e República. Aos 20 anos, fazia fantasias carnavalescas célebres no bairro da Ponte São João. Participou de diversas montagens do grupo teatral do Clube São João. Como futebolista amador, chegou a jogar no Clube Bonfim de Campinas e no Comercial de Jundiaí. Depois entrou para o time do São João, onde ganhou uma câmara frigorífica e, com sua mulher, Jacyra Ferreira, definitivamente conhecida como Leta Bárbaro, montou uma quitanda. Por ser semianalfabeto, Oswaldo adquiriu grande parte do seu conhecimento na própria Ponte São João, com o professor Paulo Mendes Silva. Em 1948, já se destacava como líder comunitário, elegendo-se vereador e presidente do Clube São João. Afeiçoado ao carnaval, chegou a montar no bairro uma fanfarra de latas e depois um cordão e nos anos 50 criou a Escola de Samba Além Viaduto, cuja característica era um samba “macarrônico” bastante parecido com o do bairro do Bexiga, em São Paulo, onde surgiu a escola Vai-Vai, também com o encontro entre italianos, brasileiros e afro-brasileiros. Logo depois, foi um dos fundadores e dos primeiros presidentes da Banda São João Batista. No 1º Salão Jundiaiense de Belas Artes, realizado em 1961, no Gabinete de Leitura, foi o tesoureiro da comissão presidida por Amadeu Acciolly. Membro constante de comissões de Carnaval, festas religiosas, eventos cívicos e de Festas da Uva, Oswaldo atravessou ativo a década de 50, inclusive criando a caixa escolar do G.E. Pedro de Oliveira e lutando pela instalação da Escola Ana Paes. Também foi um dos responsáveis pelo surgimento do Clube da Velha Guarda, voltado para a promoção de festas folclóricas, juninas, do índio, entre outras. Convivia em todas as áreas como promotor cultural, ao lado de intelectuais criadores, como Ariosto Mila, no Clube dos Estados. Em 1968, foi um dos fomentadores da criação do bloco Estamos na Nossa, que seria mantido ao longo de vinte anos, sob a liderança de Norival Roberto Sutti. Extinto o bloco, criou-se a Banda da Ponte e, depois dela, o Refogado do Sandi, tendo sempre Oswaldo como folião de honra, até o ano de sua morte. No carnaval de 1999, a sua memória foi reverenciada no samba-enredo da Escola de Samba Arco-Íris, da Vila Rio Branco, e também pelo Refogado do Sandi, em letra do compositor Erazê Martinho.