(São Paulo, 1894) – Pintor autodidata. Foi conhecido como Benedito Tobias. Ainda adolescente, Benvenuto Tobias abandonou os estudos para dedicar-se inteiramente à pintura. Começou a sua carreira com um desenho a crayon, retratando Cristo manchado em sangue. Frequentando as rodas de pintores, executou, nessa época, os seus primeiros ensaios a óleo e aquarela. Em 1930, passou a conviver com o pintor Hélio Seelinger e foi aí que começaram a surgir suas obras mais expressivas. Graças ao relacionamento que tinha com pintores que vinham dar aulas em Jundiaí, em 1938 Benvenuto foi convidado para auxiliar na decoração da Festa da Uva, vindo a realizar, então, grandes painéis com motivos da cidade. Permaneceu vários anos em Jundiaí, pintando a paisagem local e principalmente, rostos de pessoas negras, obras estas que o tornaram bastante conhecido. Dominava muitas técnicas de pintura, desde o óleo sobre tela à aquarela, ao guache e ao pastel. Desenhava com grande maestria a lápis, crayon ou bico-de-pena e sanguínea. Participou de várias exposições coletivas, principalmente do Salão Paulista de Belas Artes, onde obteve os mais significativos prêmios nos anos 1930 e 1940. No período em que viveu em Jundiaí, foi hóspede do Sr. Orlando Paschoal, em cuja casa mantinha o seu ateliê. Foram colecionadores de suas obras, entre outros jundiaienses, Fernando Saraiva, Adelino Martins e Virgílio Torricelli. O Gabinete de Leitura Ruy Barbosa conserva em seu acervo diversos quadros pintados por ele nessa fase. Em 1986, a Comissão Municipal de Artes Plásticas de Jundiaí, integrada por Fernanda Perracini Milani, Inos Corradin, João Antonio Borin e Renato Bezzan, promoveu uma exposição de obras desse artista, dentro do Projeto Raízes da Cidade. Em novembro de 2003 várias de suas obras foram mostradas na exposição Cidadania e Consciência Negra, realizada no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, com curadoria do artista plástico João Antonio Borin.