(Passos-MG, 15/11/1966) – Mestre de capoeira. Filho de Júlio Carlos da Silva e Maria das Dores Bernardes. Apelido: Kauê. A capoeira entrou na vida desse mineiro aos 13 anos de idade, quando, às escondidas da mãe, ele foi iniciar o seu aprendizado com mestre Reginaldo Santana, em sua terra natal. A academia de mestre Reginaldo funcionava no porão de uma transportadora, a meio caminho da escola onde estudava. Todos os dias, ao passar por ali, Carlos Alberto parava para dar uma “filada” nos treinamentos, espiando pelo vitrô do porão – e, com isso, quase sempre chegava atrasado na escola. Depois de certo tempo de “namoro”, resolveu falar com a mãe, para que ela fizesse a sua matrícula na academia. D. Maria, temerosa de que ele pudesse se machucar na prática da luta, não só recusou o seu pedido como o proibiu de continuar buscando tal objetivo. Sem essa autorização, não foi de outra forma, senão à custa de muita insistência sua, que mestre Reginaldo acabou aceitando tomá-lo como discípulo. Kauê começou a frequentar a academia em 20/5/1979 e só seis anos depois – ao identificá-lo, pela tevê, quando disputava um campeonato – foi que a mãe veio a saber que ele a havia desobedecido. Mudando-se para Jundiaí em 1988, Kauê trabalhou algum tempo na Cica como mecânico de manutenção, até encontrar um espaço onde pudesse ensinar o jogo que tanto praticara em Minas. Em 2/2/1990, após ter fundado a Associação Cultural e Desportiva de Capoeira Nosso Senhor do Bonfim, ele conseguiu o seu espaço no piso térreo da Casa da Cultura, na Rua Marechal Deodoro, onde passou quase dez anos ensinando aos principiantes a história, os fundamentos e as formas de se jogar capoeira, seus ritmos, instrumentos e cerimoniais, o maculelê, o samba de roda e demais particularidades desse esporte-arte de origem africana. Também nesse tempo, participou com seu grupo de dezenas de eventos culturais na cidade, como feiras de arte e artesanato, comemorações cívicas e Festas da Uva e do Morango, sempre atraindo grande público em suas apresentações. Com a mudança da Casa da Cultura para o prédio do Banco do Estado de São Paulo, na Rua Barão de Jundiaí, suas aulas passaram a ter lugar em centros esportivos e centros comunitários, nos bairros de Jundiaí.