RUBINATO, JOÃO

(Valinhos, 6/8/1910 +São Paulo, 23/11/1982) – Cantor, compositor e humorista. Nome artístico: Adoniran Barbosa. A ligação de Adoniran com Jundiaí remonta a uma época bastante anterior ao Samba do Arnesto, Saudosa Maloca, Trem das Onze e às tantas outras músicas que lhe deram fama e o imortalizaram como a maior expressão do samba paulista do século XX. Nascido em Valinhos, ainda menino João Rubinato mudou-se com a família para o distrito de Rocinha (atual Vinhedo), de onde vinha estudar na Escola da Argos e no Grupo Escolar Conde do Parnaíba. Aqui, entregava marmitas para ferroviários e também para o seu pai, que trabalhava na antiga Cia. Mecânica e Importadora de São Paulo. Também trabalhou como garçom na casa do historiador Pandiá Calógeras, prestou serviços como pintor e encanador em toda a região e, por bom tempo, frequentou as rodas boêmias e os saraus que na época eram realizados em muitas residências da cidade. Com 22 anos, foi para São Paulo, onde se empregou como vendedor de tecidos e começou a participar de programas de calouros, na tentativa de iniciar a carreira de artista. Foi nessa época que adotou o pseudônimo Adoniran Barbosa, emprestando o Adoniran do nome de seu melhor amigo, e o Barbosa, em homenagem ao cantor Luís Barbosa, que era o seu ídolo. Sua estreia como compositor aconteceu em 1934, com a marcha Dona Boa, feita em parceria com J. Aimberê, com a qual conquistou o primeiro lugar no concurso carnavalesco promovido pela Prefeitura de São Paulo. Em 1941, abriu frente para a carreira como humorista, atuando na antiga PRB-9 (Rádio Record). Durante cerca de dez anos, apresentou nessa emissora o programa Saudosa Maloca, caracterizando, com sua voz rouca, tipos populares como o impagável Charutinho (profissão: desempregado), Barbosinha, o Dr. Segundo Sombra, Penafina (o choufer do Paissandu), Zé Cunversa (o crioulo da Barra Funda que namorava as empregadas domésticas da rua com os ternos emprestados do seu patrão). A partir daí, o seu trabalho estendeu-se a diversas casas noturnas e, nelas, começaram a surgir as suas primeiras composições de sucesso, como Saudosa Maloca, que foi gravada em 1955 pelo conjunto Demônios da Garoa e lhe deu fama no Brasil todo. Em seguida vieram outras músicas, como Samba do Arnesto, Abrigo de Vagabundo, Iracema, Trem das Onze e, por fim, em 1980, Tiro ao Álvaro, que foi gravada pela cantora Elis Regina. Em seus mais de 40 anos de carreira artística, Adoniran gravou, com sua própria voz, apenas três LPs. Além de compositor e humorista de rádio, Adoniran foi ator de cinema e televisão. Fez papel de jagunço em O Cangaceiro (o cult de Lima Barreto na Vera Cruz); de pescador em Mulheres de Areia, na extinta TV Tupi. Sua vida e obra, destacando os tempos em que morou em Jundiaí, foram tema de pelo menos duas peças de teatro encenadas na cidade – a primeira delas, Barbosinha Futebó Crube, trazida à Sala Glória Rocha pelo grupo União e Olho Vivo em novembro de 1993, e a segunda, Não Fais Mal, Não Tem Portância (dos escritores Douglas Mondo e Arcanjo Terra), apresentada na sede de campo do Clube Jundiaiense em dezembro de 2002, com Jô Martin no papel do artista e na direção geral do espetáculo.

João Rubinato tornou-se nacionalmente conhecido como Adoniran Barbosa
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EFEMÉRIDES
Em 26 de julho de ...
1892 Nascia em Jundiaí o professor João Duarte Paes.
1904 Nascia em Jundiaí a pianista Maria Paes Costa.
1906 Nascia em Jundiaí o ator João Saltori.
1926 Falecia em Jundiaí, aos 70 anos, Boaventura Mendes Pereira, chefe político na cidade.
1927 Nascia em Jundiaí o músico e compositor Eraldo Pinheiro dos Santos.
1962 Falecia em Jundiaí, aos 67 anos, o jornalista e dramaturgo José Aparecido Barbosa (Juquita Barbosa).
1969 Falecia em Jundiaí, aos 56 anos, o músico Antonio Carelli (Nhô Zinho).
1970 Nascia em Jundiaí a musicista Luciana Feres Naguno.
1982 Falecia em Campinas-SP o ferroviário e voluntário de causas sociais Vicente Breternitz.

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