(Jundiaí, 2/9/1826 +São Paulo, 1915) – Manoel Elpídio de Queiroz foi homem de grandes posses, fazendeiro, empresário de transportes, construtor de vias de comunicação entre grandes centros e político influente em sua época. Pertencente à mesma linhagem dos Queiroz Telles, dos Silva Prado e dos Souza Aranha, como, ainda, de Francisco Egídio, que cultivou grandes cafezais na região de Jundiaí durante o século XIX, também ele dedicou-se aqui à lavoura cafeeira, além de empreender no transporte do produto ao lombo de muares e no comércio de tropas, indo suprir fazendas do Rio de Janeiro, tais como as dos Breves, cujas terras se estendiam desde os subúbios fluminenses até as Províncias de São Paulo e Minas Gerais. Em Jundiaí, Manoel Elpídio foi proprietário da Fazenda Rio da Prata, localizada no bairro do Rio Abaixo e que fez parte da sesmaria de sua avó, D. Anna Joaquina da Silva Prado, avó também do Barão de Jundiaí. Em 1863, ele foi agraciado pelo Imperador Pedro II com nomeação para o posto de Tenente-Coronel Chefe do Estado Maior da Guarda Nacional nos municípios de Jundiaí, Atibaia, Nazaré e Cachoeira, e em 1865 chegou a exercer o comando interino do respectivo batalhão, quando do afastamento do titular, Joaquim Benedito de Queiroz Telles (que era seu tio) para tratamento da saúde. Também nesse ano, participou dos esforços para a organização da defesa nacional, em face da Guerra do Paraguai. Em 1867, foi nomeado Inspetor Geral da construção da estrada de Jundiaí a Itu, tarefa da qual se desincumbiu entre agosto desse ano e dezembro de 1869. Seu nome está ligado, ainda, à fundação do Partido Republicano Paulista (1870) e à histórica Convenção de Itu (1873), da qual participou como um dos representantes de Jundiaí, e à criação do jornal A Província de São Paulo (atual O Estado de São Paulo), que tornou-se porta-voz do movimento republicano. A biografia desse ilustre jundiaiense acha-se no volume intitulado Um Fazendeiro Paulista no Século XIX, de autoria de sua neta Carlota Pereira de Queiroz, que foi publicado em 1964, por intermédio do Conselho Estadual de Cultura/Comissão Estadual de Literatura. Prefaciada por J.F. de Almeida Prado e contendo, em sua abertura, uma apreciação de Vivaldo Coaracy (escritor que esteve ligado a Jundiaí na segunda década do século XX), a obra em questão traz farta documentação relacionada aos 72 anos em que Manoel Elpídio Pereira de Queiroz residiu em Jundiaí, aludindo, principalmente, às divisões de terras na região do Rio Abaixo, Mato Dentro e Medeiros e à utilização da mão-de-obra escrava na lavoura cafeeira e nos serviços domésticos.