(Pindamonhangaba-SP, 23/3/1890 +Jundiaí, 31/12/1945) – Pianista, maestro e artista plástico. Filho de Sebastião Pinto Pestana e Maria Antonia de Mello (filha dos Viscondes de Pindamonhangaba). Deodato Pestana iniciou seus estudos musicais com o professor João Antonio Romão, e os de piano, com a professora Escolástica Vieira. Já aos 10 anos, dedilhava o piano com tal maestria que, a conselho de seus professores, os pais o enviaram ao Rio de Janeiro, a fim de prosseguir os estudos no Instituto Nacional de Música. No Rio, teve como professor o notável pianista Henrique Oswaldo, sob cuja orientação prestou exame e foi aprovado para iniciar o curso no 4º ano. A par do seu talento, técnica e apurado gosto pela música e pelo piano, Deodato revelou também, ainda na juventude, grande pendor para o desenho, destacando-se como calígrafo, ilustrador e caricaturista, mesmo tracejando com a mão esquerda. Por diversas vezes, suas ilustrações ganharam espaço nas páginas da Tribuna do Norte e de alguns diários da capital, como registra o livro Pindamonhangaba Atravéz de Dois e Meio Séculos – 1672-1922. Deodato veio para Jundiaí no início da década de 1920, convidado para reger a orquestra do Cine Theatro Polytheama, cujos filmes, sendo mudos nessa época, requeriam acompanhamento musical para a maior valorização das cenas. Incumbia-lhe, à frente da orquestra, enfatizar as situações cômicas ou dramáticas, de suspense ou as cenas de amor. Com o advento do cinema falado, no final dos anos 1920, as orquestras de cinematógrafo praticamente desapareceram, mas o maestro Pestana continuou sendo requisitado, pela excelência dos seus dotes como pianista. Pelo início dos anos 1930, voltou-se ele, também, para a área das artes cênicas, montando com Aroldo Moraes Jr., Américo Maffia e Lamberto Sinatti a companhia de operetas e revistas Taba de Pajé, que por anos seguidos apresentou seus espetáculos em Jundiaí e em outras cidades paulistas, sempre atraindo enormes plateias. Eram de sua inspiração as músicas e cenários da maioria dos quadros apresentados, tais como o Eterno Pierrot – uma encenação baseada no poema As Máscaras, de Menotti Del Picchia e que mereceu elogios do próprio autor. No início dos anos 1940, Deodato fundou o Jazz Orquestra Carajás, com o qual abrilhantou desde bailes a festas de formatura da Escola Normal no Grêmio Recreativo C.P. Em 1941, dirigiu o Conservatório Musical de Jundiaí. Dedicou-se, ainda, à pintura, produzindo dezenas de quadros, e foi exímio calígrafo e caricaturista. Sua morte, ocorrida na última noite de 1945, quando dava os acordes para o início do réveillon do Grêmio Recreativo C.P., causou profunda consternação entre os músicos da orquestra e em toda a comunidade jundiaiense. De suas inúmeras composições, são ainda lembradas: Barqueiros e História Triste; Hino da Juventude Estudantina (dedicado à Escola Normal de Jundiaí); Alvorada de Maio e Uma Canção para Você (letra de Bento Siqueira); O Ébrio (letra de Theóphilo Ribeiro); Em Cinzas há de se Tornar (letra de Walter Savaglia); Boiadeiro Velho (letra de Benoit Certain) e ainda os hinos da Escola Paroquial Francisco Telles e da Escola Profissional de Jundiaí, feitos em parceria com Theóphilo Ribeiro.