Produtor da primeira série televisiva da América Latina, O Vigilante Rodoviário, filmada em Jundiaí no início dos anos 1960. Alfredo Palacios iniciou sua carreira no cinema como crítico de rádio e jornal, quando ainda era estudante de Direito em São Paulo. Após completar o curso, chegou a trabalhar no escritório de advocacia dos Drs. Abreu Sodré e Wilson Rahal, mas não levou à frente a atividade na área jurídica. A sua vocação era mesmo o cinema. Depois de uma experiência como publicista em empresas cinematográficas estrangeiras e como importador de filmes, Palácios foi chamado para trabalhar na Cia. Cinematográfica Maristela, de cujos estúdios saíram alguns dos maiores nomes do cinema nacional. Entre mais de cem filmes que tiveram a sua participação, cumpre destacar Suzana e o Presidente, dirigido por Ruggero Jacob, para o qual escreveu os diálogos; Simão, o Caolho – o primeiro filme dirigido no Brasil por Alberto Cavalcanti; e Mulher de Verdade, estrelado por Inezita Barroso, no qual atuou como diretor de produção. Também produziu filmes publicitários como Fantasia – o primeiro do gênero a ter produção desenhada e música especialmente composta por Hervê Cordovil. No início dos anos 1960, tornou-se responsável pela produção da série Vigilante Rodoviário, composta de 38 capítulos com histórias de um policial rodoviário e seu cachorro, o Lobo, que lutavam contra o crime nas estradas. Ainda como diretor de cinema, realizou A Pensão de D. Estela, baseado numa peça teatral popular de muito sucesso; Casei-me com um Xavante – uma sátira à sociedade e aos trabalhos de proteção ao índio, na época; Vou te contá – uma tentativa de comédia tipo carioca carnavalesca em São Paulo; e Gloria e Drama de um Povo – documentário de longa metragem sobre a história política nacional. Alfredo Palacios fez também algumas experiências na televisão, escrevendo e dirigindo peças de teleteatro para a TV Paulista (atual TV Globo) e, paralelamente ao cinema, por um breve período, exerceu o cargo de Diretor Superintendente da companhia Televolt S/A. É detentor de várias láureas, destacando-se o Prêmio Governador do Estado, por seus filmes Quem matou Anabela? (1954) e Guerra dos Pelados (1971), e o de Melhor Curtametragem do Festival de Gramado de 1981, pelo documentário Belmonte. Pela série O Vigilante Rodoviário, feita em Jundiaí, Palácios recebeu Distinção de Honra da Polícia Rodoviária (1961) e o Prêmio Roquete Pinto como o Melhor Seriado da Televisão (1968).