(Jundiaí, 11/2/1904 +Los Angeles, EUA, 22/12/1987) – Músico. Apelidos: Zezinho do Banjo e Zé Carioca. José do Patrocínio começou a carreira musical em Jundiaí, como cavaquinista amador, no tempo em que residia na Avenida Dr. Cavalcanti. Com a maioridade, foi para São Paulo, onde se empregou no Instituto Butantã, como classificador de cobras, e passou a frequentar as rodas musicais em que despontavam artistas do porte de Américo Jacomino (Canhoto), João Sampaio e Armando Neves, e nelas começou a ganhar fama como Zezinho do Banjo e depois, do bandolim, do violão tenor e da guitarra havaiana. Em fevereiro de 1928, integrou uma orquestra típica de instrumentos de corda formada por Américo Jacomino (o Canhoto) para se apresentar no Salão do Automóvel da General Motors, evento que teve lugar no antigo Cine Odeon, na Rua da Consolação. Além de Canhoto, Zezinho, Mota, Carlinhos, Armandinho Neves e João Sampaio (os artistas de maior destaque), incluía-se no grupo um menino de 12 anos, que tinha por nome Aníbal Augusto Sardinha e que, mais tarde, se tornaria nacionalmente famoso com a alcunha de Garoto, depois de tomar Zezinho como seu ídolo e mestre. Em 1929, Zezinho foi convidado para tocar num programa regional, na estreia da Rádio Educadora Paulista (depois Gazeta). Logo depois, ingressou na Orquestra Colbaz, dirigida por Odmar do Amaral Gurgel (Gaó), com a qual tomou parte em 126 gravações na Colúmbia, tocando os seus instrumentos ao lado de João Pernambuco, Paraguassu, Jaime Redondo, Januário de Oliveira, Batista Jr. e sua filha Dircinha Batista, Eurístenes Pires, Stefana de Macedo, Jararaca, Lila Dias e Elsie Houston, dentre outros nomes consagrados na música nacional. Acompanhou a João Pernambuco, como segundo violão, em boa parte dos registros de sua obra – como em Interrogando, Reboliço e Sonhos de magia. Com Stefana de Macedo participou como acompanhante no lançamento de diversas composições de Amélia Brandão Nery, que seria conhecida, mais tarde, por Tia Amélia. Em 1932, César Ladeira levou-o para o Rio de Janeiro, para trabalhar na Rádio Mayrink Veiga, onde tocou ao lado de Nelson Souto, Pixinguinha, Garoto, Nelson Boi, Gastão Bueno Lobo e Britinho. Acompanhou César Ladeira, quando este se tornou diretor artístico do Cassino da Urca, e lá conheceu Carmen Miranda, a quem acompanhou aos Estados Unidos, em 1939, como integrante da orquestra de Romeu Silva, para cumprir temporada de seis meses no pavilhão brasileiro da Feira Mundial, em New York. Lá, participou do filme Serenata Tropical, de Irving Cummings. No ano seguinte, apresentou-se no pavilhão brasileiro da Feira de San Francisco e em 1941 assinou contrato com a Twentieth Century Fox e participou dos filmes Uma Noite no Rio, de Irving Cummings, e Aconteceu em Havana, de Walter Lang, ao lado do Bando da Lua e de Carmen Miranda, entre outros. Na Fox também dublou desenhos animados e conheceu Walt Disney, que, inspirado em sua figura, criou o Zé Carioca, personagem-símbolo do malandro brasileiro no desenho animado de longa metragem Você já foi à Bahia? Nos últimos anos de sua carreira, tocou no restaurante Marquis Martoni, em Hollywood, vivendo seis meses nos E.U.A. e seis no Brasil. José do Patrocínio Oliveira consta em verbete na Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular (Art Ed., São Paulo, 1977).