Primeiro filme rodado em Jundiaí e considerado o pioneiro no gênero faroeste em toda a América Latina. Data de 1939. Escrito por João Anísio, O Cavaleiro da Serra tinha um enredo bastante simples: tratava de um capataz acusado de um crime que não cometeu, mas sendo o morto irmão do cavaleiro da serra (o “mocinho” do filme), este se dispõe a desvendar toda a trama e punir o culpado. O filme demorou mais de seis meses para ser produzido porque todos os envolvidos eram empregados e custearam as filmagens do próprio bolso. Enquanto as reuniões de produção eram feitas na casa do fotógrafo João Janczur, as cenas eram filmadas nos fins de semana na Fazenda Santa Clara, na Serra do Japi; na invernada dos Picchi, na Rua Itatiba, e no Bar do Zandona, na Ponte São João, com cavalos alugados. Também houve problemas com a censura, que vigia no governo Vargas, pelo fato de as filmagens terem sido feitas tem 16 milímetros. O filme estreou em junho de 1944 no Cine Theatro Polytheama e, embora com apenas um cartaz na porta, foi preciso chamar a polícia para conter a multidão que lotou o cinema em vários dias de exibição. João Janczur e Luiz Carlos Chaves foram os responsáveis pelas filmagens e a direção foi de Lourival Miranda Duarte – um empregado da Companhia Paulista que à noite atuava como lanterninha nos cinemas. Os atores, todos locais, eram Orlando Barbosa (Eddie), Euclides Barbosa (Jack Cavaleiro), Lauro Zandona (George), Isabel Barbosa (Anita, a namorada de Jack) e Pompeu Perdiz (o chefe dos bandidos). Depois de causar grande impacto entre os jundiaienses, o filme foi levado para outros cinemas do interior de São Paulo e para o Rio Grande do Sul. Encarregava-se desta tarefa o galã do filme, Euclides Barbosa, que acabou ficando, em definitivo, com a única cópia da fita. Consta que em 1957 ele mudou-se para o Paraná, e depois se transferiu para Goiás, na região onde foi criado o Estado do Tocantins. Ele também esteve envolvido em outro filme local, Paixão de Brutos, rodado na fazenda Ermida e dirigido por João Lopes (com Vitor Finocchiaro, Wanderley Pires, Landa Lopes, Antonio Chechinato e Edio Smanio). Depois desses pioneiros, quem também produziu faroestes locais foi o dentista e professor Moacyr Ramos.