(Buenos Aires, Argentina, 1948) – Pintor e desenhista. Antes da pintura e do desenho, o cinema e a fotografia foram o foco dos estudos de Eduardo Müller, que chegou a ganhar importantes prêmios por trabalhos executados nessas áreas. Depois de se formar em História da Arte pela Faculdade de Teologia de San Miguel, em Buenos Aires, Müller cursou Fotografia no Instituto Superior da Imagem e do Som e também fez Cinema na Escola de Cinematografia em Avallaneda. Na Faculdade de San Miguel, ele foi o responsável pelos audiovisuais de O Indulto e A Arca de Noé, tendo trabalhado manualmente os fotogramas na segunda dessas montagens. Ainda em Buenos Aires, participou de salões de fotografia promovidos pela Marinha, Instituto Goethe e Clube dos Leões e obteve premiação em um concurso realizado pela revista Fotografia Universal. Forçado a deixar a Argentina após o golpe militar de 1976, pois fazia parte da Juventude Peronista, Müller asilou-se em Nova Friburgo-RJ, ali passando a viver de serviços de heráldica, os quais eram prestados a supostos descendentes da nobreza carioca, que ansiavam ter na sala um brasão da família. A paga por esses trabalhos, sempre executados sob encomenda, permitiu-lhe sobreviver durante quase sete anos no Estado do Rio, porém o que realmente lhe dava satisfação era a pintura de quadros em óleo sobre tela, ou então em acoline – técnicas que desenvolveu paralelamente à da pintura sobre couro e pergaminhos. Com a queda das encomendas daqueles trabalhos, em consequência do fracasso do Plano Cruzado, Müller resolveu fixar-se, em definitivo, nos quadros a óleo, e tentar a sobrevivência em terras paulistas. Foi assim que Müller acabou vindo para Jundiaí, onde permaneceu durante quase dez anos, pintando, desenhando e tomando parte em exposições. Desde a sua chegada, em 1983, o artista teve na Editora e Galeria Literarte o seu principal ponto de apoio e referência para a encomenda dos seus serviços ou aquisição de suas obras. Ali, inclusive, chegou a ter o seu ateliê para a prestação de serviços a terceiros e à própria editora, para a qual executou trabalhos de arte final, ilustrou capas de livros e criou os personagens de diversas histórias da coleção infantil Vovó Zezé Conta Histórias. Nessa época, também fez parte da Cooperativa Literarte de Artes Plásticas, com cujos membros tomou parte em exposições no Conservatório Modelo, no Paço Municipal de Campo Limpo Paulista, no Parque Municipal Comendador Antonio Carbonari (durante a Exprojun e o Salão da Criança) e no Centro das Artes (Feirinha de Natal). No final de 1985, Müller foi selecionado no Projeto Jundiaí Hoje, o que lhe permitiu expor individualmente as suas obras no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí. Também nesse ano, conquistou o primeiro lugar em concurso promovido pela Prefeitura Municipal de Jundiaí para a criação do símbolo dos Jogos Regionais da Zona Leste, então sediados nesta cidade. Em 1986, ainda na Literarte, Eduardo e sua mulher, Maroly Penteado deram início à organização do Partido Humanista, pelo qual ela foi lançada candidata a prefeita de Jundiaí. Em meados dos anos 90, não mais conseguindo sobreviver da arte em Jundiaí, Müller partiu para Salvador, esperançoso de encontrar o seu espaço junto à comunidade artística baiana.