MORO, ODILES

(Jundiaí, 21/1/1946) – Compositora, atriz e professora de música. Ainda aluna de piano do Conservatório Musical, dirigido por Antonieta da Cunha Barros, conquistou em 1961 o título de Rainha da Música no I Festival de Arte do Clube Jundiaiense. Isso incentivou tanto o seu trabalho, que, ao criar a música Renascença – ao lado do Coral Pio X, do maestro Mário Comandulli – ganhou o segundo lugar no I Festival de Música Jundiaiense organizado pelo DECA (de Durval Camargo, Geraldo Yarid, José Carlos Lacerda, Alberto Cecchi e Wagner Moraes) em 1967. No mesmo ano tornou-se pianista da Orquestra e Coral Pio X. No ano seguinte, obteve o primeiro lugar no II Festival de Música do Clube Jundiaiense com a canção Canto de Passagem – tendo apoio vocal de Sérgio Henrique, diante de um júri do qual fez parte Caetano Veloso. Em 1969, repetiu o feito, vencendo o III Festival do Clube com a música Barreiras – depois classificada também no II Congresso de Música Jovem em Campinas. Sua presença entre os premiados tornou-se uma constância: em 1970, estava em segundo lugar, com Cristina, música sua e letra de Plínio Vicente. Nesse período, participou de projetos universitários, como o Rondon, atuando em comunidades no Maranhão, e também chegou a iniciar trabalho como modelo fotográfico, frequentando o curso de Cristine Yufon. Em 1973, participou como pianista e dançarina na peça O Casamento do Pequeno Burguês, de Bertolt Brecht, dirigida por Luiz Antonio Martinez Corrêa, no grupo Pão & Circo (no porão do Teatro Oficina), ao lado de atores como Analu Prestes, Kate Hansen, Maria Alice Rabelo e Sérgio Amaral. Em seguida, excursionou com o grupo, em uma turnê de quatro meses pela Europa. Quando a peça foi apresentada no Festival Mundial de Teatro em Nancy, o jornal L’Express teceu crítica elogiosa ao grupo, destacando o seu trabalho cênico-musical. A música e os arranjos, sob sua responsabilidade, e a sua interpretação de Ave Maria, de Gounod, travestida de corista, provocaram delírios na plateia, conforme foi noticiado pelo semanário francês, em sua edição de 7 de maio de 1973: “Para aplaudir a companhia brasileira ‘Pão e Circo’, o público teve de armar-se ao mesmo tempo de oxigênio e de paciência. Foram inúmeros os que julgaram sufocar na estreita escada de pedra que levava à sala Foucotte, onde era apresentado O Casamento do Pequeno Burguês, de Bertold Brecht; risadas, enfim, em ondas gigantescas, como uma violenta maré. Brecht relido pelos Irmãos Marx, ao ritmo do ‘Grand Magic Circus’. Voavam tortas de creme, ouviam-se bofetadas, a música fazia estremecer a plateia. Foi enorme, delirante, maldoso e engraçado, com matronas felinianas e silhuetas decadentes dignas de Goya. E mais, o que é talvez o ápice do talento: é perfeitamente fiel ao autor e à obra.”. Depois do festival de Nancy, o grupo se apresentou no Festival de Lyon, em Mulhouse, Vincennes, Comedie de Caen, Paris, Nanterre, Munique, Bruxelas, Genebra e Turim. Em sua passagem pela Bélgica, Odiles foi intérprete de MPB convidada de recitais promovidos pelo World People Service Grainshop na cidade de Gand. De volta ao Brasil, foi vocalista da Banda Livre – em Belo Horizonte/MG –, onde trabalhou com Arthur Andrés (atualmente no grupo Uakti). Ainda, nessa capital e em outras cidades mineiras, atuou como atriz na peça Risos e Facadas, de Beckett, no papel de um dos vagabundos de Esperando Godot, contracenando com Arnaldo Brandão (depois fundador da banda Hanói-Hanói), Antonio Pitanga e Kimura de Sabah, sob direção de Eid Ribeiro. Em 1978, ainda em terras mineiras, foi vocalista da banda Beatles Song, do grande músico, precocemente falecido, Marco Antonio Araújo. Ao retornar a Jundiaí, em 1982, abriu o bar Camaleão, um espaço cultural onde aconteciam eventos como a Terça Teatral, com monólogos premiados de Carlos Roberto dos Santos, Mara Müller, Mário Sérgio Esteves e Maurício Ferreira, em cenários criados por Beto Cecchi. Em 1986 participou do espetáculo Expressões, apresentado no Centro das Artes, ao lado de Célia Maria Mariano de Barros e Olga Abdo – com direção de Picoco Bárbaro. Entre 1990 e 1996 se apresentou como cantora, em eventos e casas de Jundiaí e São Paulo, fazendo dupla com Clarina Fasanaro. Apresentou-se também, no projeto Comboio Musical e em 1996 coordenou a área de música popular no programa de reinauguração do Teatro Polytheama. Em 1997, ingressou no mestrado da Universidade de São Paulo com o projeto Música na Educação e Sua Aplicação nas Escolas com o Ensino de História e Cultura Brasileira Através da MPB. Desenvolveu em 1999 um projeto de reavaliação de valores da música brasileira ao lado do músico e intérprete nordestino Marinaldo Lira. Também tem atuado nas áreas de marketing e publicidade.

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EFEMÉRIDES
Em 26 de julho de ...
1892 Nascia em Jundiaí o professor João Duarte Paes.
1904 Nascia em Jundiaí a pianista Maria Paes Costa.
1906 Nascia em Jundiaí o ator João Saltori.
1926 Falecia em Jundiaí, aos 70 anos, Boaventura Mendes Pereira, chefe político na cidade.
1927 Nascia em Jundiaí o músico e compositor Eraldo Pinheiro dos Santos.
1962 Falecia em Jundiaí, aos 67 anos, o jornalista e dramaturgo José Aparecido Barbosa (Juquita Barbosa).
1969 Falecia em Jundiaí, aos 56 anos, o músico Antonio Carelli (Nhô Zinho).
1970 Nascia em Jundiaí a musicista Luciana Feres Naguno.
1982 Falecia em Campinas-SP o ferroviário e voluntário de causas sociais Vicente Breternitz.

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