(Jundiaí, 2/6/1917) – Antigo ator do Grupo Dramático da Cruzada da Mocidade Católica. Filho de imigrantes italianos, com sete anos de idade começou a ajudar o pai, que desenvolvia as atividades de seleiro, e a partir de 1926, como borracheiro, estabelecido primeiro na Praça Amparo, esquina com a Rua Dr. Torres Neves (atual Praça Dr. Domingos Anastásio) – e depois, na Rua Rangel Pestana, 131 (atual acesso à Galeria Bocchino). Foram os primeiros a realizar consertos de pneus em Jundiaí pelo método europeu de vulcanização. Com 11 anos, João Mezzalira Júnior iniciou suas atividades no comércio, trabalhando na antiga Casa Guarani. Depois transferiu-se para o Armazém Francisco Rocco e, deste, para o estabelecimento de Hugo de Oliveira. Em 1939, voltou a trabalhar com o pai na borracharia, que, por fim, acabou comprando dele em 1945, no final da II Guerra. Iniciando um processo de contínuas melhorias, inclusive ampliando o negócio com a revenda de pneus novos, cinco anos depois, João Mezzalira pôde levar sua oficina para a Rua Vigário J. J. Rodrigues, 983, em imóvel construído por ele com o incentivo de uma lei municipal que isentava de impostos, pelo prazo de 15 anos, os sobrados que fossem construídos no centro da cidade com salão na parte térrea e moradia no piso superior. Seu espírito empreendedor, manifestou-se também, nesse período, com a aquisição de um sítio e a contratação de meeiros para o cultivo de uvas de mesa e para a produção de seu próprio vinho, tornando-se ainda, nessa propriedade, pioneiro na produção de pêssegos na região de Jundiaí. Em 1968, problemas de saúde o levaram a aposentar-se dos negócios da borracharia; manteve, porém, as atividades no seu sítio até 1986, quando o repartiu entre seus treze filhos. Nesse prolongado período de trabalho, João ainda encontrou tempo para dedicar-se à arte e às obras sociais. Desde os 13 anos, foi membro ativo da Cruzada da Mocidade Católica e, desde 1967, membro de uma das Conferências da Sociedade São Vicente de Paulo. Na C.M.C., atuou como secretário e tesoureiro e fez parte de seu grupo dramático, desempenhando diferentes papéis nos dramas e comédias que eram apresentados no salão do Mosteiro de São Bento. Coube-lhe, em diversas peças – como em O Cego do Paraguai e O Filho Pródigo – representar o papel principal. Em 1938 representou o criado nobre em O Cura de Formillac. Em Os Falsários, de 1952, atuou ao lado de Paulo de Almeida Marques, Geraldo Boaventura, Florisbelo Savietto, Ruy Velho, Alfeu Zomignani, Riccieri Leone e Alcindo de Mattos. Designado, em 1968, para presidir a Vila dos Pobres, esta veio transformar-se, sob sua gestão, na Cidade Vicentina Frederico Ozanan. Nos dez anos que esteve à frente da entidade, empreendeu a construção de refeitórios, lavanderias e dormitórios e a remodelação de diversas casas, além de providenciar a regularização da posse e uso de vários imóveis da entidade e a reforma dos respectivos estatutos. Em 1977, convocado pelo bispo Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, assumiu a presidência do Serviço de Obras Sociais (SOS). Seu mandato de quatro anos foi suficiente para construir o atual prédio da entidade e para promover a atualização dos estatutos da entidade. Novo desafio lhe foi proposto em 1982, por Dom Roberto Pinarello de Almeida: tornar-se fundador e presidente da Associação dos Amigos do Seminário de Jundiaí, a entidade incumbida de prover o sustento dos seminaristas da Diocese. A importância e o volume de serviços prestados à comunidade fizeram-no merecedor, em 1975, do Troféu Curinga, concedido pelo Jornal de Jundiaí, como personalidade de destaque no campo da assistência social. Fez-se merecedor, também, da Comenda Pro Ecclesia et Pontífice, outorgada pelo Papa João Paulo II, em 1990, por sua dedicação à Igreja e afeto para com sua esposa, Ornélia Piccolo Mezzalira.