(Frascati, Província de Roma, Itália, 14/9/1876 +Santos-SP, 19/5/1932) – Pintor sacro. Fez seus estudos na Academia de Belas Artes de São Luca, em Roma, especializando-se em arte sacra. Seu primeiro trabalho foi executado na Abadia de Gattaferrata, na Província de Roma. Ainda na Itália, trabalhou na Catedral Românica, na cidade de Pescina, Abruzzi, e nas igrejas de São Roque e de São Francisco, em Frascati. Em 1912 Mecozzi transferiu-se para o Brasil, fixando-se, inicialmente, na cidade de Santos, onde, durante três anos, dedicou-se à decoração do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, cujo prédio, anos mais tarde, teve que ser demolido devido às lesões causadas em sua estrutura pela explosão do gasômetro. De Santos, Mecozzi seguiu para São Paulo, onde lhe foi confiada a pintura da Capela do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, no bairro do Brás. Couberam-lhe, na sequência, os trabalhos de decoração do Santuário de Pirapora do Bom Jesus, da Matriz de Capão Bonito e da Matriz de Nossa Senhora do Desterro, em Jundiaí. Mecozzi executou as pinturas da antiga Matriz entre os anos de 1921 e 1926, empregando a técnica da encáustica, conhecida desde a Grécia Antiga e muito utilizada nos afrescos, por seu belo efeito e longa duração. Por essa técnica, os pigmentos são dissolvidos em cera líquida e a tinta resultante é aplicada ainda quente nas paredes. No preparo de suas tintas para a pintura da atual Catedral de Nossa Senhora do Desterro, o artista utilizou pigmentos de tom azul e ouro em pó de 24 quilates, que vinha especialmente da Itália, em papel de seda, cuidadosamente colocado numa caixa, reduzido numa finíssima lâmina. Uma das características marcantes de seus quadros são os fundos, que retratam, especificamente, o amanhecer ou o entardecer. Quase setenta anos depois de terem sido feitas, as pinturas deixadas por ele na Catedral jundiaiense foram cuidadosamente restauradas por Mauro Fernando Andreati, especializado nessa arte, cujo trabalho levou quase igual tempo ao da confecção dos painéis. Arnaldo Mecozzi, até falecer, com 55 anos, ainda executou a pintura do Santuário do Sagrado Coração de Maria, em São Paulo e da Matriz de Bragança Paulista, além de numerosos trabalhos não sacros, como a decoração do anfiteatro do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Sua vida e obra encontram-se em verbetes no Dicionário das Artes Plásticas do Brasil, de Júlio Louzada, e no Anuário Jundiaiense de Artes Plásticas-99, de Celso de Paula (Ed. Literarte Jundiaí).