Poeta, jornalista, historiador, filatelista, numismata, crítico teatral, músico e cineasta. Escreveu em quase todos os jornais de sua época, ora fazendo comentários sobre filmes, peças de teatro e audições musicais, ora traduzindo os resultados de suas pesquisas sobre a história da cidade, ora publicando os seus sonetos. Roteirizou vários espetáculos apresentados no Cine Theatro Polytheama e também escreveu peças para os grupos estudantis de teatro de sua época. Foi, também, o roteirista dos filmes Armas da Vingança e Crepúsculo de Ódios, rodados em Jundiaí na década de 1950. Afora essas atividades, Innocêncio Mazzuia lecionou violão particularmente e foi grande colecionador de selos e moedas. Obteve, em 1965, a terceira colocação na Exposição de Numismática Nove de Julho, promovida pelo Museu de Jundiaí. Deixou uma coletânea de sonetos inéditos e também muitos publicados, como os que seguem:
Maio
Maio! Mês das novenas, mês das flores!
Sempre te amei desde o primeiro dia…
Oh! Quisera viver dos teus favores,
Cantando brandamente a psalmodia!
Num campanário, alça-se em louvores
Um sino que badala a Ave Maria,
Nossa plangência cheia de langores
Num misto de tristeza e alegria
E sob as asas da esperança, feita
Por esse badalar que nos deleita
As profundezas de nossa alma até…
É que nós vemos como a vida é amena,
E a sentimos perpassar, serena,
Embalada por cânticos de fé!
(Publicado na Revista de Jundiaí, em maio de 1952)
Boêmio
Inteligente e bom, sensato e nobre,
Coração carinhoso, alma de artista,
Ele era bem um ser que se descobre
Qual rara joia a ofuscar a vista.
Vivia feliz, numa existência pobre,
Cheia de sonhos lindos em ametista.
As suas baladas eram como um dobre
De sinos anunciando uma conquista.
Nos bares, nos cafés, em toda a parte,
Mostrava seus pendores para a arte
Onde o estro fiel sempre o seguia,
Não levava ambição e nem dinheiro,
Contudo, era feliz o ano inteiro
Em sua vida de doida boemia.
(Publicado por Gastão Fortarel Barbosa, em 17/1/1960, na coluna literária que mantinha no jornal A Folha)