(Piracicaba-SP, 3/6/1894 +Jundiaí, 1956) – Filho de Francisca e José de Barros Leite. Antonio Barros Leite tinha dois anos de idade quando seu pai transferiu-se com a família para São Paulo, onde passou a trabalhar como tabelião no bairro hoje conhecido como Pacaembu. Com sete anos, ingressou na escola primária, e aos 17 diplomou-se no curso de guarda-livros (atual Técnico de Contabilidade). Por intermédio de um primo, grande violonista na época, conhecido artisticamente por Nhô Zinho, aos 10 anos Antonio aprendeu a arte e a técnica do violão, as quais desenvolveu tão rápido e de modo tão perfeito, que, jovem ainda, fez-se merecedor de geral respeito entre os músicos paulistanos. Foi então que, nesse meio, conheceu Américo Jacomino, o consagrado Canhoto, a quem passou a acompanhar em seus concertos e recitais. Tocou ao lado desse mestre acompanhando vários cantores e compositores de renome, como Catulo da Paixão Cearense, Paraguassu e Vicente Celestino, e também em saraus para os quais eram convidados, tanto na capital como no interior do Estado. Com 21 anos, Antonio Barros Leite casou-se na cidade de São Carlos e para lá acabou se mudando, sem contudo interromper a sua colaboração com Canhoto, a quem, inclusive, servia como secretário e representante musical. Jundiaí – Jundiaí entrou na vida de Antonio de Barros Leite pouco tempo depois de se instalar em São Carlos, ao ser convidado por amigos aqui residentes para vir se apresentar com alguns conjuntos locais. Durante essa visita, na qual teve contato com o grupo Chorões do Japy, ele acabou conseguindo emprego na Fábrica Japy e para cá se mudou com a esposa, indo morar na Rua Moreira César, no atual bairro de Vila Arens. Em 1918, já nascido o seu primeiro filho, Antonio foi acometido pela gripe espanhola, que quase o levou à morte. Alguns anos depois, ele retornou a São Carlos, onde passou a trabalhar na Companhia Paulista de Força e Luz, e lá nasceram outros três filhos. Em paralelo ao trabalho na CPFL, continuou com a atividade musical, inclusive chegando a se apresentar com Canhoto em um sarau realizado na Escola Normal de São Carlos, em agosto de 1923. Com a sua promoção a cargo de chefia na empresa, ainda nessa década, tornaram-se constantes as suas mudanças de uma cidade para outra. Analândia foi o lugar em que permaneceu por mais tempo. Lá nasceram seus outros filhos, perfazendo o total de oito. Em 1940, saudoso de Jundiaí, Antonio retornou para cá, trazendo toda a família. Nos últimos 16 anos de sua vida, trabalhou como guarda-livros na Casa Aurora e também prestou serviços para a Casa Felipozzo e para o empresário Jacyro Martinasso. Nas horas vagas, dedicava-se ao ensino de violão, ministrando aulas particulares em sua casa no bairro de Vila Arens.