(Sombor-iugoslávia, 25/9/1909 +Jundiaí, 16/9/1988) – Violinista. Foi conhecido como Dragutin Kalman. Nascido durante o Império Austro-húngaro, na região Branja (ex-Iugoslávia, atual Croácia), filho de Rudolf Kalman e Ida Kraus, Dragutin começou os estudos de violino aos seis anos de idade. Aos sete, estudou flauta; aos 10, clarinete; e aos 14, tumbura – um instrumento de cordas tipicamente iugoslavo, bastante parecido com o bandolim. Aos 10 anos, ficando órfão de pai, Dragutin encaminhou-se para o estudo técnico, formando-se mecânico soldador. Aos 21 anos, trabalhando na cidade industrial de Belisce, ali fez-se integrante do conjunto musical Sloboda (que significa liberdade em português), com o qual passou a se apresentar em festas e nos encontros que eram realizados nos clubes locais. Depois de servir o Exército na Bósnia, Dragutin fez parte do conjunto musical Napredak (que, em português, quer dizer avanço). De volta à Croácia, formou com colegas de trabalho dois conjuntos musicais: o Omaldinski Tamburashki Zbor (conjunto juvenil de tumburas) e o Banyolinks-ki Zbor (conjunto de bandolins). Com esses conjuntos, que eram mantidos pelo sindicato de fábricas de trens de Belisce, viajou para várias cidades, difundindo a música folclórica de seu país entre os trabalhadores. Depois de casado, continuou a dedicar-se à música, compondo canções populares e regendo conjuntos corais, como o Decije Pevacko Drushtvo (conjunto infantil) e o Decije Tamburasko Drushtvo (conjunto infantil de tamborins). São dessa época suas composições Ima Dana (Há Dias), Mala Plavojka (Pequena Loira) e outras. Em 1948, fugindo do regime comunista implantado pelo presidente Tito, Dragutin emigrou para Israel, onde permaneceu até 1957, quando fez do Brasil sua nova pátria. Aqui, inicialmente, desempenhou as funções de técnico mecânico, na cidade de Guarulhos-SP; depois, mudando-se para Jundiaí, trabalhou de 1960 a 1985 como representante de roupas. Ao aposentar-se, aos 78 anos de idade, sua atenção voltou-se outra vez para a música, quando, assistindo ao programa Festa Baile, da antiga TV Tupi, descobriu a existência de um conjunto de dança típica da Iugoslávia. Dirigindo-se, então, ao Consulado da Iugoslávia, em São Paulo, ali foi informado que o citado grupo era mantido pela Sociedade Amigos da Iugoslávia, sediada no bairro da Moóca. Como, nessa mesma época, o cônsul Milorad Rosanac vinha incentivando aquela sociedade a formar uma Kapsa (grupo vocal), com a chegada de Dragutin a ideia foi imediatamente posta em prática, fazendo surgir a Kapsa Dalmati de São Paulo. Dragutin esteve à frente do grupo por cerca de um ano, fazendo apresentações na capital e no interior, principalmente em datas comemorativas. Em 1988, quando se preparava para acompanhar a kapsa e o grupo folclórico da Sociedade Amigos da Iugoslávia a Zagreb, onde participariam do Festival Internacional de Folclore que lá se realiza anualmente, no mês de julho, Dragutin Kalman sofreu um enfarto e daí três meses veio a falecer, sem realizar o grande sonho que tinha de, pelo menos mais uma vez, se apresentar como músico em sua terra natal.