(Nice, França, 1804 +Campinas, 27/3/1879) – Desenhista e pesquisador. Hércules Florence veio ao Brasil em 1825, como segundo desenhista da famosa expedição fluvial organizada pelo naturalista e Cônsul Geral da Rússia, Barão de Langsdorf, sob os auspícios do Czar Alexandre I, a qual, partindo de Porto Feliz, em setembro daquele ano, chegou a Belém do Pará em março de 1829. Florence chegou em Jundiaí no dia 15 de outubro de 1825 e permaneceu durante mais de dois meses, retratando, em sua estada, O Caminho Velho para São Paulo, na região do Castanho, e o Pouso de Tropeiros, nas proximidades da Ponte de Campinas. Seus desenhos e suas impressões sobre a Jundiaí dessa época, assim como dos outros lugares por onde passou, Florence deixou-os registrados em seu diário de viagem, o qual foi vertido do francês, primeiro, pelo Visconde de Taunay, e depois (1992), pelo bisneto do artista, Francisco Álvares Machado de Vasconcellos e Florence, sob o título Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas. Afora a participação nessa epopeia, Florence foi autor de diversos inventos, como a zoofonia (descrição do canto das aves em partituras musicais), a poligrafia e o processo de impressão que torna as cédulas monetárias e notas de bancos insusceptíveis de imitação. Foi, também, o pioneiro na reprodução de imagens em câmara escura (processo a que deu o nome fotografia) com experiências feitas seis anos antes de este invento ser anunciado por seu compatriota Daguerre, em 1939.