(Campinas, 23/4/1894 +São Paulo) – Veio para Jundiaí, trazido pela família, com dois anos de idade. Fez seus estudos preliminares no Grupo Escolar Conde do Parnaíba e, em 1917, bacharelou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, recebendo, na ocasião, o Prêmio Rodrigues Alves, pelas excelentes notas obtidas ao longo do curso. Dono de vastíssima cultura – era considerado “o Ruy de Jundiaí” –, colaborou na imprensa local durante anos seguidos, ora escrevendo crônicas, ora poesias, ora artigos versando a política e outros assuntos de interesse da comunidade. Foi presidente do Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, tendo, em sua gestão, construído a sede própria da entidade. Em 1927 assumiu o cargo de prefeito, como vice do Dr. Olavo Guimarães, que nesse ano foi eleito deputado à Assembleia Legislativa. Permaneceu no posto de 15/6/1927 a 24/10/1930, quando foi deposto pela Revolução liderada por Getúlio Vargas. Durante sua gestão, investiu na captação e ampliação da rede de abastecimento d’água, no calçamento das ruas e na remodelação dos largos da Matriz, de São Bento e da Santa Cruz. Depois que deixou a Prefeitura, Waldomiro mudou-se para São Paulo, onde exerceu a advocacia, até ser nomeado ministro do Tribunal Militar do Estado. Em diversas oportunidades, proferiu palestras e conferências no Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, havendo feito uma série delas em 1958, por ocasião do 50º aniversário da Escola Industrial. Toda a sua rica coleção de livros, ele fez questão de deixar à Biblioteca Pública Municipal de Jundiaí. Segue-se um de seus poemas, publicado na imprensa local:
Jundiaí
E quando abri a janela, e respirei
Este ar que meu pulmão já reconhece
Disse comigo: – Graças que sarei!
Agora é Jundiaí que me aparece,
Que boceja, abre os braços, que estremece
Dando a impressão de que eu a despertei.
Manhã de Jundiaí, que não se esquece,
Evocativos ares do que amei…
Como estás diferente, minha terra!
Mas, eu te conheço pela serra
Que emoldura a colina em que te espraias.
Pelas torres da Igreja. Pela brisa.
Por este vento que por mim desliza
E pelo pôr-do-sol em que desmaias.
Enamorado de sua terra natal, cultor
Do seu passado histórico e longínquo e das
Belas conquistas do seu presente, o poeta
Lembra a figura de um nosso santo monge
e escreve.