(São Paulo, 1945 +Jundiaí, 1998) – Poetisa, desenhista e compositora. Nascida no bairro paulistano de Santo Amaro, Marilena Vaz Bridi começou a envolver-se com a arte aos 12 anos, quando compôs os seus primeiros versos. Logo depois, passou a se dedicar também ao desenho e à pintura, além de aprender os primeiros acordes de violão. Com 23 anos, seguiu para Salvador (BA), onde cursou Psicologia e atuou como monitora do Museu de Arte Moderna e Popular. Mudando-se para Jundiaí, em 1977, fez-se conhecida por sua atividade profissional, treinando supervisores em diversas empresas, e também passou a destacar-se artisticamente, participando de concursos, festivais e exposições. Em 1984, já fazendo parte do grupo de expositores permanentes do Espaço Cultural Literarte (então localizado na Rua 15 de Novembro), Marilena lançou o seu primeiro livro de poemas, o qual foi ilustrado com desenhos próprios, feitos a bico de pena. Deste trabalho, intitulado Aprendiz de Amor, disse o escritor João Ribeiro Júnior: “(…) Há nele toda uma força de um desejo incontido, explodindo em versos que chegam tão fácil, tão suavemente ao coração do leitor, pois é um livro que sabe – e saber é sentir sabor – sobre coisas do Amor. (…) Basta abrir o livro em qualquer página, e logo cada sensação tende a cristalizar, a fixar-se pela palavra e pela harmonia, ao mesmo tempo em que a emoção se amalgama nos desenhos expressivos de Marilena. É toda uma espontaneidade. E é justamente esta espontaneidade um dos mais belos predicados da obra. O mérito da poesia é essencialmente qualitativo. E se há qualidade verdadeiramente fundamental em matéria de poesia, é a sua espontaneidade. Sem essa qualidade, a poesia desce da sua superioridade emocional à inferioridade de um puro artifício literário. Isto, porém, não acontece com os versos de Marilena, pois eles são frutos de sonhos acrisolados no amor: ‘Insone na madrugada sinto meus versos a nascer do quase nada’. Mas não é só a poesia, também os desenhos de Marilena têm em alto grau todas aquelas emoções a um tempo delicadas e comprometidas, que ampliam o alcance de nossa sensibilidade, que minha prosa dificilmente se atreveria a descrever. Aliás, não se explica o Amor. Basta se amar. Amar. Sonhar. Viver em outro alguém”. Em 1985, para homenagear o carnaval e a ala das baianas da Jovem Banda, na qual desfilava, Marilena editou o opúsculo intitulado Samba -enredo, cujas ilustrações foram coloridas por ela na própria ocasião do lançamento. Ainda nessa década, a escritora obteve a primeira colocação em concurso de poesia realizado pela Prefeitura Municipal, dentro do projeto Adote Sua Cidade, e foi classificada em concurso nacional de contos promovido pela Ciobtis Manpower, com o apoio dos jornais Folha de São Paulo e O Globo, sendo o seu trabalho A Vida do João incluído na antologia RH – Relatos e Histórias – A Psicologia, Antropologia, Sociologia e a Política de Recursos Humanos (em Contos), que foi lançado no Congresso de Recursos Humanos de Belo Horizonte, em agosto de 1987. Marilena dedicou-se, também, à composição, ao canto e ao violão, participando de saraus e festivais de música – como o que foi realizado pelo Grêmio Recreativo C.P., em 1998, poucos meses antes de falecer.