VAUGHAN, JÚLIO CÉSAR RIBEIRO

(Sabará, MG, 16/4/1845 +Santos-SP, 1º/11/1890) – Jornalista, filólogo e romancista. Nome literário: Júlio Ribeiro. Consta que teria escrito ou, pelo menos, concluído em Jundiaí o seu mais famoso livro, o romance A Carne, no tempo em que foi hóspede de Manuel José da Fonseca (pai da professora Ruth Fonseca), em sua vivenda no Aterradinho, atual bairro do Horto Florestal, dois anos antes de falecer. Filho de George Washington Vaughan e Maria Francisca Ribeiro Vaughan, Júlio Ribeiro iniciou seus estudos com a mãe, que era professora pública. Matriculou-se, em seguida, em um colégio mineiro, do qual saiu, com 17 anos, para estudar na Escola Militar do Rio de Janeiro. Três anos depois, como sabia bem o latim, o grego e as línguas modernas, além de conhecer música, desistiu da carreira militar para se dedicar ao jornalismo e ao magistério. Ainda na Monarquia, fez concurso para a cadeira de Latim do curso anexo da Faculdade de Direito de São Paulo, e na República, de cuja propaganda participara, foi professor de Retórica no Instituto de Instrução Secundária, em substituição ao Barão de Loreto. O jornalismo talvez tenha sido o seu campo de atividade intelectual mais constante. Foi proprietário e diretor de diversos jornais, como o Sorocabano (1870-72), em Sorocaba; A Procelária (1887) e O Rebate (1888), em São Paulo. Colaborou também na Província de S. Paulo (depois, O Estado de São Paulo), no Diário Mercantil, na Gazeta de Campinas, no Almanaque de São Paulo, publicando artigos sobre filologia, arqueologia e erudição em geral. Foi um jornalista combativo, panfletário, polemista. Ao defender sua própria literatura contra os que o atacavam, reconheceu: “Das polêmicas que tenho ferido nem uma só foi provocada por mim: eu não sei atacar, eu só sei defender-me, eu só sei vingar-me.” Quanto ao filólogo, procurou ajustar o rigor lusitano da língua aos moldes do linguajar nativo. Apesar disso, a sua Gramática Portuguesa envelheceu, superada pelos estudos de filólogos posteriores. Como romancista, Júlio Ribeiro filiou-se ao Naturalismo. Seu romance A Carne (1888) constituiu grande êxito, ao menos pela polêmica então suscitada, e com ele ficou incorporado ao grupo dos principais romancistas do seu tempo. No momento em que esse livro foi publicado, o mesmo pareceu aos leitores impregnado da preocupação de exibicionismo sensual – o que provocou a irritação de muita gente. Vários críticos, entre eles José Veríssimo e Alfredo Pujol, atacaram o romance. O ataque principal partiu do padre Sena Freitas, com o seu artigo A carniça, publicado no Diário Mercantil. O romancista, espírito orgulhoso e altivo, republicano, inimigo acérrimo de batinas, revidou com uma série de artigos intitulados O Urubu Sena Freitas, publicados em dezembro de 1888. Este episódio está recolhido no livro Uma Polêmica Célebre (Edições Cultura Brasileira, 1934). Não se trata de “um romance simplesmente obsceno”, como dizia Pujol, “nem é um romance cortado de episódios ridículos”, como insinuava José Veríssimo. Manuel Bandeira, em estudo que dedicou a Júlio Ribeiro, fez justiça ao romancista e ao seu romance. Obras: O Padre Belchior de Pontes, romance, dois vols. (1876-77); Gramática Portuguesa (1881); Cartas Sertanejas (1885); A Carne, romance (1888).

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EFEMÉRIDES
Em 27 de julho de ...
1889 Nascia em Campinas-SP o músico Argel Ferreira Leite.
1919 Nascia em Anhemby-SP o engenheiro agrônomo e escritor esotérico Joaquim Franco de Godoy.
2000 Falecia em Jundiaí, aos 71 anos, o cantor Durval de Brito Salles.
2000 Falecia em Jundiaí, aos 69 anos, o cantor Mosoer Felício.
2013 Falecia em Jundiaí, aos 84 anos, a cronista literária e de MBP Célia de Freitas.

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