(Jaguari-MG, 1897 +Jundiaí, 1927) – Poeta. Desde os nove anos, quando frequentava a escola italiana – que funcionava no salão da Sociedade Vinte de Setembro de Socorros Mútuos, de São José do Rio Pardo – Arsênio Lacorte revelou tendências para a poesia, compondo, em seus cadernos escolares, quadras que causavam admiração aos colegas das classes superiores e ao professor. Mais tarde, por algum tempo, deixou de lado a poesia, para dedicar-se à música, chegando a compor numerosas peças dançantes, que executava habilmente ao violino, instrumento do qual fora aluno do professor Arcolani. Exerceu a profissão de fotógrafo, que aprendera com seu pai, Benjamim Lacorte, reservando suas horas vagas para a leitura e os estudos. Dotado de memória privilegiada, sabia de cor poemas de Camões, Bocage, Castilho, Guerra Junqueiro, Bilac, Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, João de Deus, Giácomo Leopardi, D’Anúzio e outros gênios da poesia. Educado por italianos, Arsênio cultivou a língua italiana mais que a portuguesa, tendo estudado aprofundadamente a história, a arte e a ciência da terra de seus pais. Viveu seus poucos anos de juventude e idade adulta sempre entre o laboratório fotográfico e os livros, raramente saindo às ruas ou frequentando reuniões sociais. Pouco antes de morrer, publicou o livro Poesias D’Oltre Oceano, impresso pela tipografia Parnaso, de Triestre, o qual mereceu elogios dos maiores críticos italianos.